tag:blogger.com,1999:blog-51370444261049384212024-03-05T23:28:36.271-08:00Livros de Ediney SantanaNon je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.comBlogger37125tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-22595470376715993772023-05-17T16:46:00.004-07:002023-05-17T16:46:59.109-07:00Brasília<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifZSe660mdZHXTTRk5I3QwsZ_2dg_GVqC0e5h5mZVS3D8gW8rTDA1LtoNXeAApqieECGdrdks0_FNmOBah9mQPaWxJLRNpCWA69XZOO7feAjiKFHQNI9eXRvCe3ScoqYpNpartofppDWxfcEZ4RZDz93X3baHSn0Ww279JoPSlqUCnqGzoWUlXHs-Iag/s1867/capa1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1867" data-original-width="1401" height="333" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifZSe660mdZHXTTRk5I3QwsZ_2dg_GVqC0e5h5mZVS3D8gW8rTDA1LtoNXeAApqieECGdrdks0_FNmOBah9mQPaWxJLRNpCWA69XZOO7feAjiKFHQNI9eXRvCe3ScoqYpNpartofppDWxfcEZ4RZDz93X3baHSn0Ww279JoPSlqUCnqGzoWUlXHs-Iag/w250-h333/capa1.png" width="250" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Brasília é um livro de poemas escritos pelo poeta Ediney Santana.</div><br /><p></p>Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-61033813744595089682019-07-16T12:12:00.002-07:002019-07-16T12:12:39.335-07:00Entrevista com o poeta Ediney Santana<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/RwpDnOV81G4/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/RwpDnOV81G4?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br /></div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-86947941065507525552019-07-01T12:28:00.000-07:002019-07-01T12:28:30.054-07:00Entrevista com o poeta Ediney Santana<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/KHT9WA2CmgE/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/KHT9WA2CmgE?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br /></div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-76249856805693951122019-07-01T12:20:00.000-07:002019-07-01T12:27:06.178-07:00Entrevista com o poeta Ediney Santana<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
(Lorena) - Ediney quando você comeu a escrever?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_Z0j4BRDAOpMaMRbduXqm7NXCwu0uOZ-_X3Xg2PRtetozXyzTNbW6E38VXJwTw_LAom93jCAUTLmm5-h5c2pwVC1PYzg0aZ9IElcItZ8GLqn6mIFJWD_caAPw3B95k-IbZbRD9dSpRQMG/s1600/EU+E+LORENA.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_Z0j4BRDAOpMaMRbduXqm7NXCwu0uOZ-_X3Xg2PRtetozXyzTNbW6E38VXJwTw_LAom93jCAUTLmm5-h5c2pwVC1PYzg0aZ9IElcItZ8GLqn6mIFJWD_caAPw3B95k-IbZbRD9dSpRQMG/s320/EU+E+LORENA.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;">Ediney Santana e Lorena Soares</td></tr>
</tbody></table>
(E<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
</div>
diney) - Exatamente não lembro quando me despertou o gosto pela literatura e escrita, mas certamente as aulas de Comunicação e Expressão entre a 5ª e 8ª séries do primeiro grau (chamavam assim as aulas de Língua Portuguesa) da professora Norma no colégio Senador Pedro Lago foram decisivas pelo meu encantamento a palavra e escrita. A professora Norma foi à pessoa mais importante na minha formação intelectual.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Lorena)- Como é sua relação com a Língua Portuguesa, gramática e literatura?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Ediney)- Minha relação é mais com a literatura que com a gramática, o meu encanto é com a semântica da palavra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Lorena)- Quais são os poetas portugueses, brasileiros que você mais se identifica?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Ediney)- São fases literárias, houve um período que foi muito Augusto dos Anjos, um dos maiores poetas do mundo, um cara que só publicou um livro e está aí até hoje. Outra fase foi Castro Alves pela militância social, outros momentos Manuel Bandeira pela doçura e leveza em falar das nossas misérias cotidianas, pessoais e ultimamente muitos poetas contemporâneos, autores de blogs.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Lorena)- Como você entende poesia e poema? Ha diferenças?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Ediney) - Poema seria a forma, poesia o significado ou signo verbal, a semântica e imagens da palavra. Mas podemos encontrar poesias em textos em prosa e não encontrar poesia alguma em um livro de poemas, às vezes você ler um poema e é só um amontoado de palavras sem signo poético algum. A poesia em si transcende a forma física do papel, vai muito além...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Lorena)- No dia 14 de março é o dia da poesia em homenagem a Castro Alves, o que você acha dessa homenagem?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Ediney)- Mais que justa, Castro Alves foi poeta da intensidade verbal, militou com paixão e verdade na poesia, em um período conturbado da nossa história, seus versos oscilavam entre o lirismo e a militância social, uma voz poética muito forte, verdadeira. Por ele ter nascido no dia 14 de março se fez essa homenagem fazendo desta data o dia nacional da poesia, sua poesia é ainda muito simbólica, seus versos sociais fazem eco nestes nossos dias, já que a escravidão mudou de forma, hoje se escraviza de outras maneiras, a principal dela é negar a história, nosso tempo é o tempo em que se fortalece a ideia da não memória, da não história, cultiva-se apenas o moribundo presente que não dura 24h horas, ha a repetição do que em verdade não existe porque é feito para o compartilhamento vazio de emoções vazias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu particularmente gosto mais da lira de Castro Alves, a poesia do “Espumas Flutuantes”, uma poesia sensível, mas sua poesia social encontra em mim um profundo admirador, ele foi um cara extremamente corajoso, jogou na cara das elites escravocratas do seu tempo as mazelas e servidão de uma época triste e desesperadora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Lorena)- Qual a poesia que você mais gosta do Castro Alves?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Ediney)- Gosto muito de um poema chamado “Adormecida”:<o:p></o:p></div>
<div style="background: rgb(248, 248, 239); line-height: 12pt; margin: 0cm;">
<br />
<div style="text-align: center;">
“<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;">Uma noite, eu me lembro... Ela dormia<span class="apple-converted-space"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Numa rede encostada molemente...</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Quase aberto o roupão... solto o cabelo</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">E o pé descalço do tapete rente.</span></div>
<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: rgb(248, 248, 239); line-height: 12pt; margin: 0cm;">
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste</span><span class="apple-converted-space" style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Exalavam as silvas da campina...</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">E ao longe, num pedaço do horizonte,</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Via-se a noite plácida e divina.</span></div>
<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: rgb(248, 248, 239); line-height: 12pt; margin: 0cm;">
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">De um jasmineiro os galhos encurvados,</span><span class="apple-converted-space" style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Indiscretos entravam pela sala,</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">E de leve oscilando ao tom das auras,</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Iam na face trêmulos — beijá-la.</span></div>
<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: rgb(248, 248, 239); line-height: 12pt; margin: 0cm;">
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Era um quadro celeste!... A cada afago</span><span class="apple-converted-space" style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Mesmo em sonhos a moça estremecia...</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Quando ela serenava... a flor beijava-a...</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...</span></div>
<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: rgb(248, 248, 239); line-height: 12pt; margin: 0cm;">
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Dir-se-ia que naquele doce instante</span><span class="apple-converted-space" style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Brincavam duas cândidas crianças...</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">A brisa, que agitava as folhas verdes,</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Fazia-lhe ondear as negras tranças!</span></div>
<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: rgb(248, 248, 239); line-height: 12pt; margin: 0cm;">
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">E o ramo ora chegava ora afastava-se...</span><span class="apple-converted-space" style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Mas quando a via despeitada a meio,</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">P'ra não zangá-la... sacudia alegre</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Uma chuva de pétalas no seio...</span></div>
<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: rgb(248, 248, 239); line-height: 12pt; margin: 0cm;">
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Eu, fitando esta cena, repetia</span><span class="apple-converted-space" style="color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">Naquela noite lânguida e sentida:</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;"><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;">"Ó flor! — tu és a virgem das campinas!</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 10pt;">
"Virgem! — tu és a flor da minha vida!..."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br /><br /><div style="text-align: justify;">
Linda né? Acho bela, o olhar sobre a mulher dormindo, ele se imaginando entre seus seios, criando imagens sensuais e sedutoras, escreve sensações que aquela mulher provoca nele, tudo apenas por causa de um roupão sutilmente aberto e ele se desmancha em prazer kkk. O “Livro e a América” também é um poema que me diz muito, para quem milita na educação o poeta fala em levar livro para o povo e fazer o povo pensar:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br /><div style="text-align: center;">
“Oh! Bendito o que semeia </div>
<div style="text-align: center;">
Livros... livros à mão cheia... </div>
<div style="text-align: center;">
E manda o povo pensar! </div>
<div style="text-align: center;">
O livro caindo n'alma </div>
<div style="text-align: center;">
É germe — que faz a palma, </div>
<div style="text-align: center;">
É chuva — que faz o mar”.</div>
<br /><br /><br /><br /><br /><br />(Lorena)- Como você analisa a influência da internet na literatura e na vida das pessoas?<br /><br /><div style="text-align: justify;">
(Ediney)- A internet é uma grande biblioteca áudio visual, o que percebo que se tem muita informação, mas sem gerar conhecimento, para a literatura, acho que a internet é responsável pela renovação radical da nossa letras, com os livros digitais e blogs, ficou mais fácil e democrático editar livros e não se tem mais o peso coorporativo das editoras dizendo o que se deve ou não ser editado ou lido . A grande questão é como vamos sair de uma geração de informação para uma geração de conhecimento, somos a geração da ressaca, sem paixões e feliz em nos repetirmos, mesmo com todas as ferramentas que nos possibilitam uma tomada de consciência mais profunda infelizmente apostamos na falsa civilização da ausência de ideais no sentido radical da palavra, esse é o tempo do “tanto faz, sempre foi assim, sou amigo de todos e todos são lindos”, tempo do tomar café enquanto rimos do vizinho que foi decapitado. Tudo isso se reflete nas artes que às vezes é patológica e demente como esse tempo de ressaca idealista.</div>
<div style="text-align: justify;">
A internet transformada em ferramenta apenas de pesquisa tem formado batalhões de pessoas emburricadas, treinadas na arte de copiar e arrotar verdades caducas para um mundo que pede posicionamento crítico e objetivo. Mas ao mesmo tempo ela aponta caminhos, a internet enquanto território quase livre tem mais sentido democrático que o Estado brasileiro ainda imerso em parasitaríssimo politico e artificial incompetência admirativa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
(Lorena)- Muitas letras de música tem forte teor poético, como você analisa hoje esse encontro entre música e poética?<br /><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(Ediney)- A música se renova com muita rapidez, mas com pouca qualidade. A música é muito banalizada, nestes nossos dias vejo muitas letras de músicas que são apenas Onomatopeias bizarras, desprovidas de sentido e talvez o único sentido seja fazer coro aos corações vazios e suas poucas crenças no lúdico. Se vamos a uma festa e lá está tocando essas bestialidades sonoras não vejo problema, mas quando isso passa a ser uma verdade nas nossas vidas e só se consegue pensar neste pequeno espaço de sub- criatividade, isso nos revela um sintoma pavoroso “cultural” de degeneração intelectual.</div>
O riso e o ócio aqui foram tomados de assalto por uma poderosa máquina política e cultural para alienar e manter na ignorância corações incautos, tudo isso ainda tem uma vigorosa contribuição de um sistema público de educação falido que só não desmorona de vez por causa de alguns poucos e bons professores e professoras que não se intimidam diante esse horror todo. A Bahia é uma grande produtora de porcarias sonoras, o que é uma pena.<br />Mas se procurarmos com calma sempre há coisas boas, bons artistas. Eu particularmente comecei a gostar poesia primeiro pelas letras de músicas, antes dos livros, chegou até mim os discos.<br />(Lorena)- Que musicais, que artistas?<br /><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(Ediney)- Eu sempre gostei mais de letras de músicas que das músicas. Então, por exemplo, quando era criança gostava muito das músicas do Sérgio Reis, ele cantava letras suáveis, bucólicas que me lembravam o sertão ou sou sertanejo e as canções do Sérgio pareciam amigas, os primeiros discos de Amado Batista e suas canções de amor rasgado, sempre gostei de canções com esse teor saudosista, na adolescência me encantei com Edson Gomes e suas canções com forte teor social e político, antes de Marx quem me disse algo sobre as relações de poder e nós mortais foi Edson Gomes, o primeiro artista brasileiro que me influenciou, na adolescência eu queria ser como ele e dizer aquelas coisas todas, depois veio o Legião Urbana, Renato Russo me deu doses generosas de lirismo, letras bem construídas, muito literárias, são artistas eternos pela qualidade do que fizeram, bons exemplos de que se pode fazer sucesso sem ser medíocre. Belchior, Zé Ramalho, Ângela Rôrô são pessoas presentes sempre na minha vida e tantos outros.</div>
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<br /></div>
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(Lorena)- O que você acha de Gregório de Mattos?</div>
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<br /></div>
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(Ediney) - Um dos grandes poetas deste país, um cara extremamente talentoso, soube como viver plenamente todos personagens da sua inquieta personalidade, seus conflitos religiosos, sua poesia social – satírica que não poupou ninguém, a acidez poética em tratar os poderosos e os fracos da época, uma alma complexa e um talento incrível.</div>
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<br /></div>
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(Lorena) Como você sente a poesia de Cecilia Meireles?</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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(Ediney)- Uma poesia intimista, lúdica, delicada, voltada para questões mais introspectiva, a busca pelo entendimento das emoções com o mundo opressor e geralmente excludente. Eu gosto muito de um livro dela chamado “Cânticos”, é um livro muito místico que traz uma poesia suave e quase religiosa, “ Cânticos” é uma delicada mensagem de esperança, uma alternativa poética ao caos emocional que nos perdemos, caos que nos fez pouco a pouco devoramos o amor e o bem maior que temos que é nossa própria condição humana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />(Lorena)- Relembrando a questão da música, ha também o Vinicius de Morais...<br /><br /><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(Ediney) - Ele foi um cara diferente, multimídia, foi poeta, letrista, cantor, embaixador, foi demitido do cargo de embaixador acusado de não ter um perfil para o cargo, recentemente soube que foi simbolicamente readmitido pelo Itamaraty, foi um homem aberto e profundamente ligado ao seu tempo, um carioca quase baiano, se encantou e cantou o candomblé, um homem de muitos amores e cantou todos, biriteiro assumido e um coração lírico apaixonado pela palavra, foi uma amente da palavra, homem da noite e das mulheres como da palavra e da poesia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br /><div style="text-align: justify;">
(Lorena)- Muito obrigado pela entrevista!</div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(Ediney)- Obrigado você... Amemos e nos embriaguemos como Vinicius de Moraes, sejamos quando necessário, céticos como Augusto dos Anjos, suaves como Cecilia Meireles, corajosos como Gregório de Mattos, irônicos como Manuel Bandeira e sobre tudo esperançosos como Castro Alves.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />* Leia aqui outros trechos da entrevista: <br /><br /><br /><a href="http://www.ufrb.edu.br/reverso/2013/03/13/dia-nacional-da-poesia-e-comemorado-nesta-quinta/">http://www.ufrb.edu.br/reverso/2013/03/13/dia-nacional-da-poesia-e-comemorado-nesta-quinta/</a><br /><br />htpp://cartasmentirosas.blogspot.com<div>
<br /><br /><br /><br /><br /></div>
</div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-21263500249295016292019-02-16T12:33:00.000-08:002019-02-16T12:39:41.804-08:00Um lugar de muitos lugares <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHrawgDCrYJ_7qyl-BM7djUN-jZgeeWJM5mxe2WPr_RuEJ8d9NHOkXFMh_PcEU8bK1VoK5mHhNP4gvR3mbfoLP6ai5XmzjD1PI0n9enIsRGnAU1CA-q-Xd7f4DbT-eNSdODt1YQA87P-Pp/s1600/20190111_152017-1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1329" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHrawgDCrYJ_7qyl-BM7djUN-jZgeeWJM5mxe2WPr_RuEJ8d9NHOkXFMh_PcEU8bK1VoK5mHhNP4gvR3mbfoLP6ai5XmzjD1PI0n9enIsRGnAU1CA-q-Xd7f4DbT-eNSdODt1YQA87P-Pp/s320/20190111_152017-1.jpg" width="265" /></a></div>
<div class="Default" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
No youtube, outra mídia social bastante utilizada pelos moradores de Santo Amaro, pudemos reencontrar alguns dos blogueiros mencionados acima. Deles recuperaremos somente Ediney Santana. </div>
<div style="text-align: justify;">
Os vídeos de Ediney Santana constituem a amostra dessa seção por ilustrarem uma relação específica (que caracterizaremos mais adiante) com o lugar Santo Amaro. Nesses vídeos, o autor deixara claro seu vínculo afetivo com a cidade. Citaremos três. No primeiro, “Santo Amaro: em busca da Purificação”197, Ediney Santana recitou uma poesia de sua autoria enquanto andava pela praça da Purificação, descrevendo um caminho (metáfora da busca do título?) que se finalizava no encontro com a igreja da Purificação. No segundo vídeo – “Rio de águas mortas”198 –, o autor desenvolveu uma reflexão e um depoimento sobre o rio Subaé e sua poluição. Seu mote surgiu, segundo Santana (no próprio vídeo), de um passeio banal com sua filha, as margens do rio. Santana construíra, a partir de sua experiência cotidiana no lugar (e, obviamente, de seu conhecimento formal e de suas intenções enquanto cidadão), uma fala ambientalista de objetivo moralizante. Usando as frases de sua filha e de outra criança, mais cenas do rio poluído e sujo, ele pôs no vídeo a população moradora da cidade como participante do seu processo de deterioração.</div>
<div style="text-align: justify;">
197 Publicado em 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZaeyAOUXIaI>. Acesso em: agosto de 2015. </div>
<div style="text-align: justify;">
198 Publicado em 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FchgPEw7zi0>. Acesso em: agosto de 2015. </div>
<div style="text-align: justify;">
199 Publicado em 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=EMK8jtTtI9w>. Acesso em: agosto de 2015. </div>
<div style="text-align: justify;">
200 Música composta por Flávio Venturini (no álbum “Luz viva”, de 2007). O artista é presença assídua entre as apresentações de palco nas festas de Santo Amaro. </div>
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No último vídeo, “Memória afetiva de Santo Amaro da Purificação”199, da amostra que elegemos, Santana compôs uma apresentação de slides com fotos antigas da cidade e dos seus moradores. Na trilha sonora, o autor inseriu, introduriamente no vídeo, a música “Céu de Santo Amaro”200 interpretada por Maria Betânia. Esse vídeo, especialmente, teve milhares de visualizações (quase 4.000), mas nenhum comentário (como os outros dois exemplos). Quais os objetivos de quem assiste esse vídeo? Foram moradores de Santo Amaro aqueles que o assistiram? Assistiram com o fim de alimentar algum tipo de identificação com a cidade? Sem responder às perguntas diretamente, mas Pensando sobre como são construídos os estereótipos, pensamos que Ediney Santana, inevitavelmente, fez sua contribuição para a virtualização do lugar Santo Amaro.</div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, de um modo geral, Santana produzira uma fala bucólica (e, em outro grau de intensidade, nostálgica) do lugar Santo Amaro, servindo-se da própria paisagem (pretérita e/ou atual) da cidade para tanto. Mais um caso em que surpreendemos uma produção da cidade enquanto lugar fenomenológico, construído relacionalmente através da experiência dos indivíduos que o vivem. Apesar desse recorte teórico não ser um eixo analítico nesse trabalho, é impossível não nos referirmos a ele quando perspectivas mais individuais do lugar se colocam, ainda mais quando essas perspectivas são publicizadas através da internet, tornando-se parte de um processo de construção discursiva e virtual do lugar em questão. Sem dúvida, essa construção não ficará encapsulada no mundo virtual. Os indivíduos que as assistem, e as modificam (não esqueçamos das funções pós-massivas das mídias sociais) passiva ou ativamente, trazem-nas consigo ressignificadas. O lugar virtualizado, enquanto discurso, apropriado e ressignificado pelo outro, se liga novamente ao mundo sensível e dialoga com ele como mediação através das relações, contribuindo para a estruturação de um lugar sensível, que não é seu espelho, mas um desenvolvimento. O lugar fenomenológico, subjetivista, torna-se parte de outro lugar, rizomático, pós-estruturalista. Para se sustentar e tornar-se vivo e cotidiano, ele se territorializa através de inumeráveis relações. O lugar torna-se infinito e repercute em outras categorias analíticas, em outros planos da existência. </div>
<div style="text-align: justify;">
As estruturas físicas que constituem a redes sociotécnicas que servem à comunicação e ao transporte da informação participam da constituição de um lugar virtualizado e abstrato, um discurso ideológico sempre em construção que se capilariza e reverbera em outros lugares. Outras pessoas, outros sujeitos, portanto, serão afetados pelo lugar Santo Amaro <a href="https://www.blogger.com/null"></a>virtualizado e vice-versa. Ao mesmo tempo, os próprios sujeitos do lugar virtualizado também serão afetados. As consequências desse processo de afetação mútua e indiscriminada deverão ser muitas, mas entre elas, falaremos sobre configurações e reconfigurações do espaço físico e social. Ocorrerão deslocamentos de pessoas e objetos e, ao mesmo tempo, surgirão novas geometrias de poder. É sobre essas geometrias de poder, configuradas a partir de cada dimensão do fazer espacializado no cotidiano de Santo Amaro, que discutiremos ao longo das seções seguintes . </div>
<div style="text-align: justify;">
AUTOR : SHANTI NITYA MARENGO</div>
<div class="Default">
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">SANTO AMARO-BA:</span></b><br />
<span style="font-size: 14pt;">Extraído de : <b>UM LUGAR DE MUITOS LUGARES</b></span><br />
<span style="font-size: 14pt;"><b>( TESE DE DOUTORADO)</b></span></div>
</div>
<div class="Default">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.5pt;">Salvador <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="Default">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.5pt;">2016/UFBA<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.5pt; line-height: 115%;">FONTE: </span><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><a href="https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/20640/1/TESE.pdf"><span style="background: white; color: #660099; font-family: "arial" , "sans-serif";"><o:p></o:p></span></a></span></div>
</div>
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/20640/1/TESE.pdf<br />
<div class="Default">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<br /></div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-15065467365557776312018-06-06T16:31:00.001-07:002018-06-06T16:31:01.583-07:00Entrevista com Ediney Santana<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/g-WQZOF-Egw/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/g-WQZOF-Egw?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br /></div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-83146533911023767802018-06-02T06:42:00.000-07:002018-06-02T06:42:04.184-07:00Livros<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPLfiuYL-NjDyK7cjE0qcpJlmVqaUbPM-hPecOZa1ysnrBr3JsNLoIwcM30H4yKRQIndz0E5VWuTlv0M3-wuPULFQsxVXVunncgWMvfmgYbpftQOcWxBztOWLDxdJ5zRqZLTwGrUsiZduO/s1600/20180531_101150-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1534" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPLfiuYL-NjDyK7cjE0qcpJlmVqaUbPM-hPecOZa1ysnrBr3JsNLoIwcM30H4yKRQIndz0E5VWuTlv0M3-wuPULFQsxVXVunncgWMvfmgYbpftQOcWxBztOWLDxdJ5zRqZLTwGrUsiZduO/s320/20180531_101150-1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ediney Santana- The lonely Shadow</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlsBz1EwNgCRQVdB4PNcpLJ-juJjMp6FRf7D-lX376MDKAgsFMnlSIvJEcdbU5cbH0IiyhcxxbWlJe2NF3A67pYsErlYH4wfiCr9ku2wlZ2a8cIimoHegdTpTmLsIFcjUH50CMXdp8MuIq/s1600/a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlsBz1EwNgCRQVdB4PNcpLJ-juJjMp6FRf7D-lX376MDKAgsFMnlSIvJEcdbU5cbH0IiyhcxxbWlJe2NF3A67pYsErlYH4wfiCr9ku2wlZ2a8cIimoHegdTpTmLsIFcjUH50CMXdp8MuIq/s320/a.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ediney Santana- Palavra ( mal) dita</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpXDrYMcDKuUaeFEnvnuBYo4LsF6UvbanLh6DQx_wwaVzQNQYwHnxPJUFtFGmX8G2V_VW38HPlb8k_NiWQu4o8plKk6E3CZCsQGiVzx-0yPbV3hPfdfLR6oHV-5dmCndesBxnajPqdrUBt/s1600/aa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpXDrYMcDKuUaeFEnvnuBYo4LsF6UvbanLh6DQx_wwaVzQNQYwHnxPJUFtFGmX8G2V_VW38HPlb8k_NiWQu4o8plKk6E3CZCsQGiVzx-0yPbV3hPfdfLR6oHV-5dmCndesBxnajPqdrUBt/s320/aa.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ediney Santana- Anfetaminas e arco -íris </td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBxflbL-vI0sihaEDSaYSWc02g21mpgTnLRL_UNcxi_08nfZ6xGT5kRpyD11DgZArDKjStOo5ZpSZ8jIAfnHlC0-lm_kQRm2h4rGD2rGg1N5yvu6lyak0Bn9RSzkcdEvm3ZJrqW3ARZW0j/s1600/d.jpg" imageanchor="1"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBxflbL-vI0sihaEDSaYSWc02g21mpgTnLRL_UNcxi_08nfZ6xGT5kRpyD11DgZArDKjStOo5ZpSZ8jIAfnHlC0-lm_kQRm2h4rGD2rGg1N5yvu6lyak0Bn9RSzkcdEvm3ZJrqW3ARZW0j/s1600/d.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ediney Santana- Os deuses não são socialistas</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGlAUwgDrz8I62oAF0jJ_BIKjERDvm9XMN9K8_pc_98_wAarKf-XM8dqs4J-NuZ3-6Sbw11ucVSB2fRRzoI9So9rOv2dP1lF8u3nTrszfsFvev7S8kgpWUz4DSLH6LLc8c6UaDzGpksBlD/s1600/dd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGlAUwgDrz8I62oAF0jJ_BIKjERDvm9XMN9K8_pc_98_wAarKf-XM8dqs4J-NuZ3-6Sbw11ucVSB2fRRzoI9So9rOv2dP1lF8u3nTrszfsFvev7S8kgpWUz4DSLH6LLc8c6UaDzGpksBlD/s320/dd.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Ediney Santana - Dias delicados </div>
<br /></div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-61857413081597762822018-02-06T04:49:00.001-08:002018-02-06T04:49:36.812-08:00Lonely Shadow<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/Xc6KB_fL-CM/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/Xc6KB_fL-CM?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br /></div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-40521081365549541452017-08-26T04:44:00.000-07:002017-08-26T04:47:33.618-07:00A poética de Ediney Santana<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLY40m6JZDc20gOkQtA4bk_2wB_bIJS7Bw6d0Js8wCDPwzSvDbtfg4IPexoV0tCvsIazZ22-83MNC6ddwzravUz8HrYqDziGuxc-DzCLJu08W8a5dtJVlzhQh88EeuS_nXgNZUkIwcNcs0/s1600/2013..jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLY40m6JZDc20gOkQtA4bk_2wB_bIJS7Bw6d0Js8wCDPwzSvDbtfg4IPexoV0tCvsIazZ22-83MNC6ddwzravUz8HrYqDziGuxc-DzCLJu08W8a5dtJVlzhQh88EeuS_nXgNZUkIwcNcs0/s400/2013..jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption">Ediney Santana e os amigos prof. Carlos e Zorildo<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Para os famosos, quem escreve é Caetano ou Betânia, para os quase famosos, Jorge Portugal e Roberto Mendes, para os novos "Ediney Santana”. Conheci a poética de Ediney por intermédio de Herculano Neto, com o livro Sob Prescrição,fiquei encantada com a nova poesia da minha terra,resolvi trabalhar com os alunos do ensino médio o livro,os alunos amaram a palavra de Ediney Santana,poderia até dizer que os alunos devoraram o que ele escreveu no livro,lembro que todos fizeram cópias dos textos dele.Ediney é assim,uma capacidade imensa de envolver as pessoas,ninguém consegue passar por ele e ficar imune a sua extrema inteligência ou as polêmicas que ele vez ou outra está envolvido.Antes de ser amiga dele,conhecia o que ele escrevia,suas musicas para a Flor Marginal,seus livros(falta ler uns dois)e principalmente sua fama de ser um excelente professor,minhas antigas alunas do normal,quando me viam na rua sempre diziam:-Tem um professor que é sua versão masculina dando aula a gente!Causou-me estranhamento saber que minha versão masculina para as alunas,era um habitue do chafariz da praça,que a cidade rotulava como roqueiro e todos os estereótipos que carregam a galera do rock,eu apenas via nele um belo cabelo para uma pessoa tão cafona.Hoje posso afirmar que Ediney Santana é uma pessoa que meus alunos enlaçaram no meu destino,de tanto ser lido per eles resolvi convidá-lo para participar de uma mesa redonda no Teodoro Sampaio,nesse tempo ele era uma das pessoas mais poderosas na educação da minha cidade,só ele compareceu dentre tantos convidados,foi a única mesa redonda que envolveu os alunos na semana da cultura.Nascido em Mundo Novo ,na Chapada Diamantina ele gosta de se intitular “homem do sertão”, político partidário,tem paixão pela sua família,pela sua infância,seus textos são o retrato da sua alma,sou seguidora dos seus blogs:cartas mentirosas e a vida reinventada que ele dá show nos textos de realismo fantástico,escreve para o jornal local O trombone ,não li (ainda)o Evangelho do mal,mas tudo nele revela a preocupação com o ser humano,até hoje é um adolescente rebelde leia "Os Deuses não são socialistas”,excelente compositor,na Flor Marginal cantava como Renato Russo,mas escrevia bem melhor do que ele, os textos mais antigos por mais que ele tente passar a ideia de monocromia,revela uma explosão de cores( Anfetaminas e arco íris)é meio tiete de alguns famosos,principalmente os que já morreram.Vive flertando com a tristeza,entretanto não conheço ninguém com tantos projetos e sonhos,todos devidamente pensados para agradar aos fracos e oprimidos. Ediney Santana é uma pessoa que ainda não consigo denominar em que tempo está,talvez um iluminista,como Santo Agostinho ou uma pessoa ideal para o futuro,um ser sustentável!Se ele não fosse essa força em criatividade e talento, apenas por ser um coração solidário e valente que é,já me sentiria orgulhosa em ter a presença dele nessa minha breve vida,neste mundo tão infestado de pessoas individualistas e peçonhentas!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">De: Amapagu Cazumba</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.8px;">Fonte: http://amapagupatsycazumba.blogspot.com.br/2009/07/meu-amigo-e-poeta-ediney-santana.html</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
</div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-40271708111543127812016-04-19T12:35:00.001-07:002016-04-19T12:35:17.508-07:00A Menina e o Poeta <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5lgeMA104zVDNVeWpu6xrukeKGzqIhkMNrGLQSF9J_1SxBQ8L0xntP6ypOisTCXpOOoyf4LJGwIQiWOsccYaHtE9r7HYjsnsC_EBSywQr1b6I6xBWKo0mNSkaPj0Z_RSB_TMH_ppKPCmr/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5lgeMA104zVDNVeWpu6xrukeKGzqIhkMNrGLQSF9J_1SxBQ8L0xntP6ypOisTCXpOOoyf4LJGwIQiWOsccYaHtE9r7HYjsnsC_EBSywQr1b6I6xBWKo0mNSkaPj0Z_RSB_TMH_ppKPCmr/s320/1.jpg" width="225" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Este
livro foi escrito em homenagem a todas as crianças do povoado da Barra de Mundo
Novo-BA. Que todas as crianças de Mundo Novo, de todos outros povoados e
distritos da cidade sintam-se homenageadas por esta história que se passa na
Barra. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Pelas
ladeiras, ruas e casinhas simples um grupo de crianças incentivadas por uma professora
muito especial resolvem transformar o pequeno povoado no lugar do país em que
mais se ler poesia. Vão viver uma incrível aventura pela literatura e encontrar
um inimigo muito poderoso, mas não vão desistir de fazerem do lugar em que
vivem, um lugar único, um pequeno Mundo Novo.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Nasci
em Mundo Novo, vivi meu primeiro ano de idade na Barra, crescei longe, me
tornei escritor, este livrinho é a maneira encontrada de desejar que todas as
crianças sejam felizes, através da educação possam viver em um mundo possível
de amor, oportunidades e realizações pessoais e coletivas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Ediney
Santana<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14.0pt;">Brasília,
04/04/2016 <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-10675582578910798322016-03-15T03:54:00.000-07:002016-03-15T03:54:01.845-07:00Entrevista para o Cultura Alternativa <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxY8hg1Ux2COtXFCeZ6O8Pie2YW_c9TQIAsNVtX4HY_5lBxLmgIZDYTH69ptuUmkGJjwjICIqQxBInJ4tew6yfaZwaHnl7cVOzLnYtp0aPYx7kTJ847SrDfK0XJDuXv9303kfU7947F-2r/s1600/hqdefault.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxY8hg1Ux2COtXFCeZ6O8Pie2YW_c9TQIAsNVtX4HY_5lBxLmgIZDYTH69ptuUmkGJjwjICIqQxBInJ4tew6yfaZwaHnl7cVOzLnYtp0aPYx7kTJ847SrDfK0XJDuXv9303kfU7947F-2r/s320/hqdefault.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Fale um pouco da
sua vida, onde nasceu, etc. Lembre-se que o leitor na internet gosta de
concisão. Ser conciso é fundamental.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
R- Nasci em Mundo Novo, fica na Chapada
Dimantina-BA. Mundo Novo é uma pequena cidade erguida em um vale incrivelmente
verde, falo incrivelmente verde, porque no semiárido nordestino predomina
paisagens secas, caatinga, mas passei a vida toda nas margens da Baía de Todos
os Santos, em Santo Amaro, mítica cidade baiana. Mudei aos 40 anos para
Brasília, nunca tinha ido tão longe de casa, mesmo vivendo perto de Salvador
sou um coração do interior. Brasília é uma cidade que predominantemente
corações se afirmam pelo ter, a vida toda me afirmei pelo ser, mas ter e ser
quando em conflito o ser vai sempre levar a pior. Sou formado em Letras
Vernáculas, especialista em produção textual, no entanto o magistério hoje é
pesar e cansaço.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Agora um breve
currículo literário?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
R-Meu primeiro livro
foi publicado em 2002 pela Universidade Estadual de Feira de Santana, desde
então publiquei dez livros , sendo que
um romance , a biografia de minha mãe, um livro sobre política e uma fábula
infantil. Os outros foram de poesias. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Você acha que o
Brasil respeita o escritor?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
R- Não sei em outros países, não conheço outros
lugares, só a Bahia e Brasília, mas o que posso dizer é que no Brasil se
reconhece a fama e não necessariamente o que se é. Compra-se produtos
abençoados pelo capitalismo, até mesmo bravos lutadores contra o capitalismo só
valorizam o que tiver gerando lucro, o que for vitrine, sendo assim, não tenho
valor algum para uma sociedade capitalista, não é o conteúdo do que escrevo que
entra na questão, o que importa é se tenho algum sucesso, se as luzes estão
sobre mim, em caso de sucesso vão querer tirar uma foto ao meu lado, vão pedir
autógrafo, mesmo que nem leiam nada, mesmo que publique livros de páginas em
branco. Simples assim...Sucesso independe de talento, por muitos motivos alguém
é escolhido e de repende vira referência de uma geração, claro, os que são apenas fama com o tempo
desaparecem, mas muita gente que tinha algo de relevante também desapareceu por
aí na poeira do tempo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Dê ideias de como a
sua literatura e a nacional poderiam ser mais valorizadas?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<b>R- </b>O ministério da educação e cultura não precisaria
gastar muito para se realizar uma grande revolução nas letras. Penso que no
ENEM e vestibular, por exemplo, deveria-se usar fartamente textos de escritores
vivos, contemporâneos , autores de todos os estados, de todas vertentes.
Poderia cria-se uma comissão (com pessoas de todos os estados, essas pessoas só
participariam de um processo, a cada novo processo de escolha novas pessoas
participariam da comissão) para selecionar novos autores, muitos em cada edição
dessas provas. Isso também valeria para concursos públicos, todas as provas de
concursos do governo federal deveriam trazer esses autores. Seria tudo em
rodízio para não se criar as infames panelinhas. Nos livros didáticos também a
mesma coisa, ao lado de escritores consagrados novos autores, a cada ano seriam
renovados os nomes e de tempos em tempos se repetiram os nomes que conseguiram
de alguma maneira se firmarem na cena literária, mas não tenho ilusões, ainda
não atingimos um grau de civilidade desejado no qual um autor que , por
exemplo, fosse voz antagonista ao governo tivesse sem problemas sua obra
escolhida em um processo desses...Seria um começo, deve-se começar de alguma
maneira.Professores e professoras também podem começar o processo de divulgação
de novos autores, o governo pode reduzir por uns dez anos os impostos do livro
impresso, cobrar menos impostos de pequenas editoras.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Quais os livros que
já publicou e se existem livros no forno, prontos para sair?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
R- Foram os
seguintes: Até que a eternidade nos uma , O evangelho do mal , Os deuses não
são socialista, Uma canção para Renata Maria,
Dias delicados, Rua 5, Anfetaminas e arco-íris, Urbem Angeli, Serenidade
das Orquídeas, Biografia de Zelina Santana e mais duas obras em parceria com
dois escritores da Bahia, Jorge Boris e Herculano Neto, respectivamente , Sob
Prescrição e Mais uma dose. Não sei se vou editar mais livros, aos quase 42
anos de idade meu ânimo já não é o mesmo, o pão precede poesia. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Você na Internet?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Página do Facebook
– https://www.facebook.com/ediney.santana<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Instagram – não
tenho<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Twitter – não tenho
<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>You Tube – https://www.youtube.com/channel/UCvEe8m2t-bAgOXIcSrFDO2Q<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Site – http://poesiaeguerra.blogspot.com.br/<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Whats App – não
tenho <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Alguma coisa ficou
pendente que gostaria de falar?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
R-fico grato pela lembrança, que seja-nos leve o caminhar por este nosso
Brasil...Paz luz e chá de cidreira .<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Adquira os Trabalhos
do autor entrando em contato com ele nos endereços da internet.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Anand Rao<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Editor do Cultura Alternativa<o:p></o:p></div>
</div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-34921671989283576912016-02-25T13:08:00.000-08:002016-02-25T13:08:01.966-08:00Poesia e Punhal <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD5eTf3t7ipVtpBQHw4HjzCi-aU0iIRPsNuLpjXPRCeuWacFMsde_5jaAyaB98OVNbS6lnvq8GBC6HRXUKB00mfHONdJfCKztMXYNwGPa_6hQsWwnivn254jiDJXa7iI-o3SV_pPd-LX4C/s1600/rua+5.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD5eTf3t7ipVtpBQHw4HjzCi-aU0iIRPsNuLpjXPRCeuWacFMsde_5jaAyaB98OVNbS6lnvq8GBC6HRXUKB00mfHONdJfCKztMXYNwGPa_6hQsWwnivn254jiDJXa7iI-o3SV_pPd-LX4C/s320/rua+5.jpg" width="216" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Livros de poemas de Ediney Santana</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 229.45pt center 237.4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: 14pt;">Pequenos poemas
para certas angústias cotidianas. A verdade é que não </span><span style="font-size: 18.6667px;">consigo</span><span style="font-size: 14pt;"> ficar indiferente
a esse lixo político que tomou conta do nosso país, é preciso atacá-lo, mesmo
que seja de uma maneira simples e utópica como através de poemas escritos em
apenas um mês no meu apartamento na Rua 5 em Brasília.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 229.45pt center 237.4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Os organismos
criminosos que sitiaram a política brasileira tem levado a morte milhares de
pessoas, seja pela violência urbana e rural, pelo empobrecimento intelectual
forjado na degradação do sistema público de ensino ou pela destruição do
sistema público de saúde. A morte precoce tem sido o horizonte para milhares de
brasileiros reféns de um Estado predador e assassino.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 229.45pt center 237.4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Não é possível
ser livre e ser filiado a qualquer partido ao mesmo tempo, não se combate estruturas
podres fazendo parte delas. Proliferam no país movimentos sociais e artísticos
chamados “chapa branca”, ou seja, os que são controlados ou emprestam suas
vozes aos sistemas políticos parasitas. Sei que declarar-se publicamente contra
toda essa estrutura é praticamente morrer para qualquer ação ou movimento
cultural, mesmo que seja uma feira literária em uma escola, mas e daí? Nenhum
sistema político é inquestionável ou isento de falhas, nenhuma visão de mundo
seja esquerda ou direita é modelo perfeito de ação política. Democracia é o
direito de duvidar, questionar, apontar contradições e quem nega isso afirma
sua condição déspota e descrença em um mundo no qual mais que direita ou
esquerda tenhamos a liberdade intelectual de escolher nossos caminhos, nossas
crenças ou negação delas, viver em democracia não é servir-se do país, é servir
ao país.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 229.45pt center 237.4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Você tem o
direito de discordar das minhas posições, mas não tem direito de querer calar minha
voz e impor a sua. Não sou de direita ou esquerda, nada disso me comove ou me
toca, mas você tem o direito de empunhar a bandeira que bem desejar, só não
esqueça: sua bandeira não é a única, não universalize seus sonhos fomentando
pesadelos em mim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 229.45pt center 237.4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Para mim
esquerda ou direita são partes dos mesmos organismos, todos em algum momento
usam da estrutura do Estado para fortificarem suas próprias estruturas de
poder. Política partidária no Brasil é sinônimo de morte e crime. Sei da
importância da política, mas nada que temos no momento se parece com política,
é lamentável que legendas políticas aqui sejam searas de mercadores da
barbaria, do medo e da desolação social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 229.45pt center 237.4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Rua 5 é o único
livro de poemas meu no qual todas as poesias foram escritas pensando nas
relações do poder político e a sociedade, não é um livro de negação política, é
um livro de negação dessa política déspota e fascista que cotidianamente nos
leva ao inferno de viver em um país que tem tudo para neste exato momento ser
grande e maravilhoso, mas é mantido artificialmente na mesquinharia social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 229.45pt center 237.4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Rua 5 é um livro
de poemas, não um tratado sociológico ou coisa parecida, como poemas é arte, não
tem resposta alguma para questão alguma. Há provocações, acidez poética e meu
desejo de viver em lugar digno da sua grandeza enquanto terra, mar e céu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 229.45pt center 237.4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Ediney Santana <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 229.45pt center 237.4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 14.0pt;">Brasília, 28 de
dezembro de 2015<o:p></o:p></span></div>
</div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-17380533742021626822015-09-29T13:05:00.002-07:002015-09-29T13:05:33.208-07:00Literatura Brasileira <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFubEiOH6f_O7Wi6azgdwZ4ly01H22c0s52W50ys9RjNGyDcc1nNTVwyGILHntlSL7Kg3aOmlz1nDChZf4gE-wjl1IfmsJ6CPkpPHiA1XqVL4nKmV_l1RMmMRculK_xE4x6L4v2e1nLpLz/s1600/mosa%25C3%25ADco_02.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFubEiOH6f_O7Wi6azgdwZ4ly01H22c0s52W50ys9RjNGyDcc1nNTVwyGILHntlSL7Kg3aOmlz1nDChZf4gE-wjl1IfmsJ6CPkpPHiA1XqVL4nKmV_l1RMmMRculK_xE4x6L4v2e1nLpLz/s640/mosa%25C3%25ADco_02.jpg" width="454" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ediney Santana</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-85493871925140001262015-07-15T10:08:00.001-07:002015-09-29T13:06:10.693-07:00Anand Rao entrevista Ediney Santana<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="270" src="https://www.youtube.com/embed/soPBOpqBJbQ" width="480"></iframe></div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-46421551992448434092015-06-12T11:52:00.003-07:002015-06-15T12:42:06.767-07:00Invisivelmente produtivo <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8AC691Wij5jWhbfHs_pB6fOCOvPj78g9PvRCN6bsNH354x2UyX6i5HTgzExVl-uD13oFlyL4FeJwnpsNAFqYS2gu2xwAyMvrilOGMK4CEnwiBarWylZptfr0fJNxAP6g6-yLNK3kLnA77/s1600/P12-06-15_15.45.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8AC691Wij5jWhbfHs_pB6fOCOvPj78g9PvRCN6bsNH354x2UyX6i5HTgzExVl-uD13oFlyL4FeJwnpsNAFqYS2gu2xwAyMvrilOGMK4CEnwiBarWylZptfr0fJNxAP6g6-yLNK3kLnA77/s400/P12-06-15_15.45.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ediney Santana</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 16.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 16.0pt;">O ato de escrever?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 14.0pt;">R-
Tenho longos diálogos comigo mesmo, sempre fui assim. Desde sempre estive
ligado com meus diálogos internos, quando criança escrevia diários e ainda
escrevo, meu ato de escrever é minha carta de intenções dirigida primeiro ao
que sou, me afirmo assim como pessoa, depois penso no leitor, não ofereço ao
leitor um diário de minha vida, mas as leituras que faço da vida, das nossas
relações sociais, meu ato de escrever reflete a leitura possível do mundo,
evidentemente não é a única.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Retorno do que escreve?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 14.0pt;">Não
tenho leitores, não há neste momento pessoa alguma que pense ou esteja lendo algum poema ou conto escrito por mim, creio
que só quando uma obra é lida seu autor pode-se dizer escritor, pensando assim
não me vejo como escritor. Deixo meus livros em pontos de ônibus, bancos de
praça, enfim em qualquer, mas nunca tiver resposta. Talvez seja um tipo de
escritor diferente, o tipo que não se alimenta de leitores, mas da palavra que
escreve, não tenho problemas com isso, continuo escrevendo, importa deixar aqui
algo que embora invisível seja positivo, a invisibilidade ativa não pode ser
tirada de mim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="font-size: 14.0pt;">Por
outro lado a ideia da celebridade, do rei de Midas ainda não foi vencida,
muitas pessoas só enxergam algo quando esse rei de Midas toca e diz: é ouro,
esperava que neste século, com a internet o poder político e empresarial de
determinar quem tem direito a voz ou não fosse se não vencido ao menos
questionado. Mas isso não me desmotiva,
importante é escrever, se seu invisível sou também produtivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Fale mais sobre a invisibilidade?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Há um mito que só talento basta para que
alguém tenha voz, consiga ser ouvido, a ideia tosca da meritocracia. Isso é um
mito, só o talento não basta, muitas pessoas têm suas vozes silenciadas, a
depender o que se pensa não haverá visibilidade para ser ouvido. Cada geração
produz seus invisíveis, o que defendo é que não devemos nos calar diante essa
invisibilidade, não enxergar como recompensa ao que fazemos o aplauso da
platéia, antes de quaisquer coisas deve-se ter prazer com o que produzimos, eu
tenho prazer em escrever livros, claro, se reconhecido deve ser bom, ter seus
livros comentados também, mas antes disso tudo tenho prazer com esse essencial
que sai de mim e se materializa em cada palavra que escrevo.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Sua turma? <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Tenho amigos, alguns, bem poucos. Mas
não faço parte de movimento artístico algum. Já cometi o erro de militância
partidária, cometer o mesmo erro na arte seria estupidez ao quadrado. Há uma
ideia ébria no ar, certa civilidade da conveniência, tudo para disfarçar a soberba
e vaidade, não sei se serei lembrado pela minha geração , isso também não me
interessa, compro muitos livros de autores contemporâneos, estou atento as
novas publicações, como leitor não vivo ilhado, como autor e pessoa cada vez
mais estou recluso, gosto desses distanciamento, de olhar tudo como um cartão
postal, desejando felicidades para todos.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Vídeos poemas?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Adoro fazer vídeos poemas, recitar meus
versos e deixar lá no youtube, é um dos meus prazeres, é minha maneira de dizer
para mim mesmo e para o mundo que estou vivo, mesmo que esse meu mundo seja dez
visualizações.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Sou inquieto, às vezes ao andar pelas
ruas falo em voz alta, as inquietações saem livres em diálogos entre esse eu
sereno e o outro eu aflito. Então os
vídeos poemas é tudo isso somado, vários tons de uma mesma canção.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Brasil de hoje?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Sectarista,
esquizofrênico e intolerante. Pode-se dizer que tudo isso é eco do passado, mas
hoje esse eco traz todo um teor de perversidade impensável para mim que fui da
geração ressaca, a que nasceu na possível utopia de um país livre da ditadura
que seria realmente democrático, mas mergulhou na ditadura do mau gosto, das
relações ácidas, da intolerância e xenofobia. <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Penso que só
existe um partido no Brasil: intolerante. Grupos religiosos cretinos,
movimentos sociais cretinos, direita e esquerda cretinas. A violência
intelectual no Brasil é tão nociva quanto à física, a violência intelectual é a
estrategista moral e ética da violência que nos apavora pelas ruas, os
responsáveis por isso são todos esses agentes que inundam redes sócias de ódio
e demência política e religiosa, que estão nos partidos, templos e todo dito de
organização que pregam o ódio como argumento intelectual.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Há saída
para isso tudo?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Sempre há,
não só uma saída, mas varias, é necessário múltiplas visões políticas,
culturais e religiosas. Quanto mais o debate ser entre dois grupos esquerda ou
direita mais eles se fortalecem e continuam hegemônicos. Quem determinou que
devemos pensar apenas em duas alternativas? Nada é simplista assim, mas eles
estão corroendo todas nossas alternativas, nas universidades, por exemplo, há
uma paralisia, em especial, nos cursos de humanas ou licenciatura, quase nada
se produz, tudo é requentado, alunos supostamente bem esclarecidos se agarram
em meia dúzia de conceitos e não se permitem mais ao contraditório e isso é
para qualquer posição ideológica que tenham . A ideia de alguém ainda ter
posição ideológica é por si só trágica.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<span style="background: #F6F7F8; color: #141823; font-family: "Helvetica","sans-serif"; font-size: 14.0pt;">Ainda há pessoas que acreditam que o socialismo é o
caminho, quando já foi rezada a missa de 7º dia</span> do capitalismo. <b><span style="font-size: 14.0pt;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Niilista, cético?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Não desisto das
utopias positivas, não sou cético, mas não vou fundar as bases das minhas utopias
em visões de mundo que embora se acreditem pós- modernas ou qualquer outro adjetivo
da moda, para mim não diferem das velhas carcaças intelectuais de sempre. O discurso
artístico no Brasil, com alguma exceção se tornou um discurso da mendicância por
verbas pública, movimentos sociais se algemaram a governos, a esquerda não tem capital
ético para apontar minhas contradições e a direita é especializada em sexo oral
no poder, o pensamento de direita no Brasil se resume há algumas moedas jogadas
em suas caras carrancudas e ética cotada na bolsa de valores da intolerância e do
ódio. <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Projetos?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Estou
terminando um novo romance, “Não olhe nos olhos”, uma história que se passa em
Brasília. A ideia é uma trilogia de histórias em que cidades sejam
protagonistas.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">O primeiro
romance foi Urbem Angeli, toda narrativa se passa nessa cidade Urbem Angeli.
Agora “Não olhe nos olhos”. E continuar com meus vídeo.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Palavras
finais:<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Muito
obrigado, fazer da invisibilidade algo produtivo, amor sem servilismo e alegria
sincera para todos corações. <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Entrevista
concedida a Grabriely Del Fabry<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">Brasília, 12
de junho de 2015 <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNoSpacing" style="tab-stops: 334.95pt; text-align: right;">
<b><span style="font-size: 14.0pt;"> <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><span style="font-size: 14.0pt;"> <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
</div>
</div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-69671050860492027042015-01-08T13:06:00.004-08:002015-01-08T13:10:55.993-08:00Serenidade das Orquídeas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1Er0dFiq2Aqm35Ux5JOb7cCOucaGjhU6AljQKO1XzOgSkYZc5UE8pD7BQxKmjvp4VKV8Xk4b_4oRzmkLHETden1o7i1WvluNZoS_5RabomkmK3fvjQj5wpEMLhGtmf64DOJHdfl0NowZq/s1600/edney+-+capa+-serenidade1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1Er0dFiq2Aqm35Ux5JOb7cCOucaGjhU6AljQKO1XzOgSkYZc5UE8pD7BQxKmjvp4VKV8Xk4b_4oRzmkLHETden1o7i1WvluNZoS_5RabomkmK3fvjQj5wpEMLhGtmf64DOJHdfl0NowZq/s1600/edney+-+capa+-serenidade1.jpg" height="640" width="451" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
A serenidade</div>
<div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Os contos que compõe “A
serenidade das Orquídeas” não são inéditos, foram publicados originalmente no
meu blog “Avida reinventada e outras histórias” entre 2006 e 2010. Escolhi os
contos que mais gosto para compor este livro, pequenas histórias que mostram o
insólito das nossas relações cotidianas.</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Em cada conto sentimentos de
um mundo que acontece por dentro e nos assusta por fora. Gosto da ideia de
escrever pela ordem do caos, da possibilidade de ampliar pequenos delírios até
ao absurdo que choca, mas sem perder com a realidade a ficção de existir.</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Este livro também faz parte do
meu esforço pessoal para editar meus livros e levá-los ao maior número possível
de leitores, deixá-los em bibliotecas públicas e particulares para que no
futuro aconteça, quem sabe,à alegria de encontrar leitores, afinal é essa a finalidade
de cada livro, encontrar leitores e assim possa existir como livro, como arte.</div>
<div align="right" class="MsoNoSpacing" style="text-align: right;">
Ediney Santana</div>
<div align="right" class="MsoNoSpacing" style="text-align: right;">
Brasília, 28 de
novembro de 2014</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<br /></div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-80583947083896658012015-01-06T07:28:00.000-08:002015-01-06T07:28:07.436-08:001ª Entrevista- Literatura Brasileira <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRRIZzw3k3dDpkr2x9gI2nS7hn_GBjYXeXmUZvEfB2rnJ_jh4HfX04TkngAkqxXcCGhTJ6uhVlJfm0cqRsTFYzL6pQjpGUdZv41ASIqVG0xLzIORsffGzN-FE6b6B4DnMmEaJqgNS9IImE/s1600/images+(2).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRRIZzw3k3dDpkr2x9gI2nS7hn_GBjYXeXmUZvEfB2rnJ_jh4HfX04TkngAkqxXcCGhTJ6uhVlJfm0cqRsTFYzL6pQjpGUdZv41ASIqVG0xLzIORsffGzN-FE6b6B4DnMmEaJqgNS9IImE/s1600/images+(2).jpg" height="267" width="400" /></a></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 18pt;">Universidade Estadual de Feira de Santana<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 18pt;">Departamento de Letras e Artes<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 18pt;">Campus Avançado de Santo Amaro-Bahia<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Linguagem da Arte<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Poesia<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline Mota<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Itana Fonseca<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Luana Veiga<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Railda Cruz<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Vilma Barbosa<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Santo Amaro<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Maio de 2003<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">O POETA PELO POETA<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana, de origem sertaneja, se descobre poeta no recôncavo baiano. Como todo poeta, tem na solidão a companhia perfeita para seus momentos de inspiração, de encontro consigo mesmo “hoje estou ausente de mim...”. Existencialista? Por que não?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Nascido em 14/03/1974, na cidade de Mundo Novo-Ba, filho de Zelina Santana e Edivaldo J. da Silva. Em virtude do trabalho de seu pai que foi transferido do distrito de Capivara – Itaberaba/BA, para Santo Amaro, veio morar nessa cidade e no prédio onde funcionou a antiga estação ferroviária e depois a Direc-31.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Estamos neste momento no Campus Avançado de Santo Amaro/UEFES, nos concedeu entrevista:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">1º momento – 30/04/2003<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Por que razão você começou a escrever?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">– Eu não lembro porque já tem muito tempo, mas as coisas mais antigas que tenho datam de quando eu tinha doze anos mais ou menos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Você falou que começou a escrever com doze anos, mas quando começou a sua escrita... Você se descobriu poeta ou sentiu uma necessidade ou de repente você escrevia e mais tarde se deu conta de que aquilo era uma Poesia, ou apenas escrevia e não identificava o que aquilo era?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;"> – Olha só, digamos que eu tive uma infância pelo avesso, não gostava muito de fazer os que as pessoas da minha idade faziam: jogar bola, etc. Não gostava de andar com os meninos da minha idade, gostava de ficar lendo revistinhas, lia muito a bíblia e sentia vontade de questionar aquelas coisas, e como não gostava de andar com as pessoas de minha idade, tinha tendência a conversar com pessoas mais velhas, então chegavam novidades. Se por um lado para os garotos lá da rua eu era esquisito, essas pessoas mais velhas já me viam com outros olhos. A partir disso fui jogado de lado, então comecei a ficar ‘na minha’, a rabiscar no caderno, escrever, na escola me aproximava dos professores de português e começava a fazer versos, mas não com aquela coisa de Poesia. A palavra Poesia não tinha aparecido na minha vida. Talvez por uma infância solidária eu tenha chegado nas letras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;"> Morava perto de uma banquinha de revista e mais tarde passei a vender jornal e isso possibilitou minha aproximação com a Literatura porque por aí descobri as partes culturais do jornal, eu não entendia muito bem, mas fiquei aficionado a ler, ler, ler, sempre com aquela interrogação e escrevia meus versos, textos. Era uma coisa que questionamento mesmo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Você diz “não quero ser exemplo, não quero transformar, não quero ser lido”. O que é o processo da criação literária para você? O que significa ser poeta, ser o poeta Ediney Santana?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Para mim a Literatura na Poesia tem uma função clara, aliás, duas funções: marcar minha época e dizer as coisas que penso desse tempo de hoje, nosso tempo, e o outro é... Digamos que embora eu tenha dito que não quero ser lido, não é nada disso, porque penso que minha função não é que as pessoas leiam e passem a escrever igual, nada disso. Mas que elas se tornem senhoras e senhores de si, que vão procurando seu caminho, vendo que há possibilidades. Se um sujeito escreve lá seus versinhos em sua infância e depois consegue publicar, outras pessoas vão escrever não aquilo, mas digamos ter ânimo para escrever, ir em frente, para questionar. Vivenciar Poesia para mim é quebrar essas barreiras, é mostrar que qualquer pessoa pode publicar um livro, escrever um poema, um romance, desde que ela não se prenda, não se feche. Sabe aquela ideia romântica de que sou o máximo e ninguém mais presta? Então talvez por isso eu tenha escrito essas questões... De não ter barreiras, não ter raça, uma poesia que aponte para um caminho de liberdade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Por que o título “Até que a eternidade nos uma”?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">– Creio que esteja um pouco brigado com a minha época. Se você prestar atenção são poesias negativas. Não vai ter texto para a pessoa ler e se emocionar e mandar para os amigos; não vejo com bons olhos essa época. Desde quando eu estou brigado com a minha época, nada mais sugestivo do que “Até que a eternidade nos uma”, ou seja, no momento não creio que a possibilidade de a coisa ser bem aceita porque aquela concepção de beleza, do belo da Arte eu não coloquei na poesia do livro, são versos ácidos, embora aparentemente alguns leves, mas é um descontentamento com essa época, um livro de negatividades, não é de afirmações nem de celebrações, é ‘olha, não to muito satisfeito... ’.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Nos dois poemas “Silêncio” e “Até que a eternidade nos uma” aparece uma referência à morte refletindo uma ideia de sofrimento, dor. Você sofreu alguma perda que foi significante para sua poesia?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">– Essa questão de morte não é física, que a pessoa deixa de existir como no romantismo, é a morte ideológica, poética, a morte das relações mais sérias, ou seja, um ambiente onde nada é sério, não há uma ‘verdade’ que você possa se apegar muito. A morte da beleza e o surgimento do grotesco. A morte social de cada indivíduo. Cada um de nós tem que ficar o tempo todo fingindo, interpretando, assumindo posturas que não são nossas. Isso de certa forma é uma morte da pessoa, ter que desviar caminhos para chegar a algum lugar, ter que esconder sentimentos, pensamentos. Morte no sentido social, amoroso, sentimental, político. O engraçado da poesia é que ela se nutre dos seus dramas, não das suas conquistas, sim das suas derrotas, questionamentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Sabemos que você além de ser poeta tem uma vida política ativa, tem uma tendência a lutar pelas causas sociais. Qual é a diferença que existe (se existe) entre o poeta Ediney e o homem Ediney?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Sou mais otimista estando aqui conversando do que escrevendo. Sou positivo o tempo todo, tanto que me envolvo em questões políticas e se você se envolve acredita que pode mudar, mas quando escrevo vem à tona a decepção disso, a parte da tristeza mesmo, de lutar, lutar, querer e não chegar a lugar nenhum, voltar para casa apagar a luz e ver que daquilo foi tudo em vão. Talvez no livro eu dê mais vazão às angústias que disfarço no dia a dia, mas também eu não sou uma pessoa muito alegre. Então a diferença entre um e outro é bem fraquinha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Queríamos saber se você enquanto poeta, se você brinca com as palavras? Acontece uma brincadeira consciente ou inconsciente?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">É consciente, adoro brincar com palavras, adoro metáforas. Do título até o último poema é cheio de metáforas. Adoro usar trocadilhos, pegar uma palavra comum do dia a dia e colocá-la num contexto onde ela assuma outra conotação, às vezes com um pouquinho de acidez, com humor, mas aquele humor terrível. Então é proposital.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Você diz: “estamos no vácuo, no nada, tudo está errado, tudo é ímpar. Deus é o vazio, o nada. O eterno vem depois da não existência. O eterno é o dia depois de ontem.” Você se considera um poeta do absurdo? Do absurdo de existir, de ser, de não ser, de entender-se poeira desvairada a mercê do desespero e da dor?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana –</span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Constantemente ouço as pessoas dizerem que sou um cara contraditório, se contradição fosse absurdo creio que seja verdade. Agora absurdo também não é aquela coisa ilógica... Esse poema “Matemático do vazio” eu fiz para um ex-professor meu, Panajotes. Mas há algumas coisas absurdas. De primeira vista uma pessoa religiosa vai dizer assim “poxa! Deus é o vazio?” Mas, para mim que sou ateu é estar negando a existência, Deus é o vazio. É uma ideia absurda para dizer que não acredito no absurdo da religião.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Como você enxerga a questão das influências que sofremos no campo literário? Até que ponto isso atrapalha a criação?</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Penso que todas as influências são positivas, penso que negativo mesmo não são as influências literárias, no caso de nós que somos estudantes, negativa é a presença da Universidade nisso tudo. A Universidade tende a manter a criatividade do sujeito, tende a impor. Quando alguém começa a escrever há determinados seguimentos na Universidade que forçam você a dizem amém para outros escritores. Aí é uma coisa absurda. Ele nega ao aluno, principalmente de letras, ele floresce, buscar o próprio caminho. Se observarmos todos os grandes poetas e escritores, algum dia levantaram a voz contra algo, contra alguém e por isso acabaram se afirmando. Claro que com grande genialidade poética também. Se você reparar as aulas de Literatura nas Universidades são as que os alunos mais odeiam e o ódio nesse caso advém da má condução da Universidade nisso, que trata a Literatura como uma coisa muito séria. Literatura é Arte, acima de tudo é Arte, não é matemática nem linguística. Está ligado ao sentimento de cada pessoa. Claro que há coisas a seguir quando estudamos, mas não deveria perder isso de Arte. O professor sugere um livro de Machado de Assis, receita-o como um medicamento, como se fosse observar códigos matemáticos, a pessoa toma pavor, nunca mais vai ler e vai dizer que é chato, vai perder uma grande oportunidade de conhecer aquele escritor. Então a Universidade ‘peca’, pois se tomou um lugar de heróis da cultura de pé de barro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Querem comprovar o que falo? Peguem os períodos da Universidade, é insuportável, duvido que alguém consiga chegar na quinta página, tratam a Arte, coisa tão bela, que vem de forma tão simples, como se fosse um compêndio que não vai levar para lugar nenhum. Quando estudei fui um crítico mortal, mordaz da Universidade. Várias vezes briguei com professores porque esta postura acaba afastando as pessoas da leitura. Ruins são essas influências negativas que o ambiente universitário tenta encurtar na cabeça. Para mim ser culto é estar atento a todas as nuanças e variações da vida, do dia a dia. Estar vivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Você cursou Letras Vernáculas na UEFS e o que você pôde tirar de proveito para suas poesias?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">– Foi proveitoso porque tive acesso a coisas não muito fáceis de achar no cotidiano, acesso a alguns livros, alguns professores que fizeram total diferença. Infelizmente os professores de segundo grau não tem muito ânimo para ensinar, talvez por cansaço ou qualquer outra coisa. Então tive professores aqui que quebraram a regra disso que falei a pouco, isso foram alguns, a outra parte foram pessoas bem humanizadas que incentivaram. Se vocês perceberem esse livro não foi do Departamento de Letras, ele foi projeto do professor Anchieta Nery, que não mexeu em uma vírgula. Se fosse do outro lado, tudo mudaria, do título aos pontos parágrafos. Então foi proveitoso porque pude conhecer outra face da vida, das pessoas e isso me deu mais maturidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Notamos uma preocupação constante com o aspecto político das teias sociais em seus versos. Uma preocupação humanista, muito forte, essa indignação tem raízes em uma vivência ou é uma propensa natural a esses assuntos?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Tenho militância política há muitos anos, faço parte do Partido Comunista do Brasil, do qual sou secretário político aqui em Santo Amaro, antes disso militei no Movimento Estudantil. Por ter vindo do sertão, e ter percebido como a política pode ser perversa contra as pessoas, quanto um dedo de mau político pode desgraçar a vida de dezenas e dezenas de pessoas e por lá em casa meus pais sempre discutirem essas questões... Minhas viagens pelo sertão vendo as pessoas morrerem de fome, sempre teve uma tendência forte para mim, fora o partido e obviamente procuro registrar poeticamente e nos meus movimentos e crônicas como uma denúncia, mas tendo cuidado de não transformar a Poesia em jornalismo, para que ela não tenha data de validade. Ou seja, se você prestar atenção, os versos retratam dramas humanos mais que políticos de qualquer época, de qualquer povo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Você possui um lirismo sutil “Minha flor de dores reais”, “enaltece teu desejo de mim, negando o que tem em ti perpetuado está”. Você faz referência a várias pessoas em seu livro “Até que a eternidade nos uma”, mas notamos uma pessoa em especial que implicitamente aparece em muitos poemas, essa pessoa é Mara Wellás. Gostaríamos de saber quem é Mara Wellás.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Mara Wellás é uma menina de vinte e cinco anos que conheço há dez anos que está comigo, frequentava o chafariz comigo... Inicialmente éramos inimigos, depois ficamos amigos, depois nos apaixonamos, uns sete anos mais ou menos e recentemente estamos descobrindo aos poucos que estamos virando amigos de novo, mas sem guerra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;"> É uma pessoa daquele tipo Inesquecível, inesquecível mesmo. Em todas as coisas eu tento marcar não só ela, mas pessoas legais, que somam. A Mara talvez tenha sido a primeira pessoa que tenha prestado atenção em mim, entendido os meus lanches, até então para os meus poucos amigos eu era só um sujeito deprimido, inquieto, esquisito, que gostava de ficar em casa lendo. Mara não, ela começou a ver a sutiliza das coisas, começou a ter um contato sério e não sério comigo. Começou a ver que eu não era um cara ‘só isso’, que eu tinha mais. Então eu a respeito e amo muito, por ela ter prestado atenção lá no fundo do meu coração... Por isso tento sempre tê-la por perto, seja como namorada, amiga, conhecida, como tudo. Por esses aspectos, é uma pessoa que marcou porque foi a primeira realmente que viu que eu não era só aquele sujeito ‘deprê’.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Por vezes você se mostra saudoso. Do que você tem saudade?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">– De muita coisa, mas eu tenho uma necessidade gritante de futuro, tudo que faço é nesse sentido. Quando eu tinha dez anos, ficava doido para ter quinze, quando tinha quinze ficava doido para ter dezoito e agora que tenho vinte e nove (risos) fico doido para ver se chego do futuro, gosto de me projetar. Mas também tenho saudade das coisas que não vivi, saudade da terra onde nasci.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Em que sentido você diz que seus versos são negativos?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">De não serem poemas em sua maioria que indiquem caminhos, positivo é aquilo que lhe dá solução. Nesse caso não acontece. O livro apenas mostra pontos de vista, apenas pontos de vista. Agora em cima disso a pessoa pode ler e teorizar milhões de coisas...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Você fala como se qualquer coisa que trouxesse satisfação na vida fosse só ilusão, as únicas coisas reais seriam a tristeza e a melancolia?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Não é que pense que tudo tem um lado ruim, mas ao observarmos a lei natural das coisas tudo tem um fim. Como sou ateu acredito que tudo tem começo, meio e fim. Não acredito em amor eterno, não acredito em amizade eterna, não acredito que nada seja eterno. Talvez isso passe um lado melancólico, se você é religiosa, quando esgotam as frações humanas de respostas para suas angústias você pensa em Deus, para um sujeito que não acredita, quando esgotam as potencialidades, é ele mesmo. Sou eu e eu mesmo, ou me resolvo ou não me resolvo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Então de certa forma o poeta em si seria um individualista?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Creio que não, materialista. Sou eu e meu mundo. Mas meu mundo é aqui na Terra, meu mundo é você, ela... Agora não repreendo essas questões religiosas de maneira alguma, posso discutir religião mas não discuto fé, fé você tem ou não tem. Mas eu sou materialista, tanto que tenho a preocupação social e é nessa parte que minha sensibilidade ecoa e nessas horas é impossível, tenho que concordar, não se sentir só, é um momento em que voz humana não vai resolver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">2º momento – 21/05/2003<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Você já se sentiu sozinho na vida?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Bem, ahn... Falando seriamente, acredito piamente que todas as pessoas estão sempre, sempre, sempre sozinhas, e como eu me incluo nisso, desde a minha infância que a melhor companheira é a solidão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Reflita um pouco e diga-nos qual a coisa mais importante do mundo para o poeta e para o homem Ediney Santana.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Para mim o mais importante não e a minha mãe, não sou eu, não são vocês, não é a professora Nádia, não é meu diploma de formatura em Letras. Para mim a coisa mais importante que tenho no mundo é o que eu não tenho ainda, é o dia de amanha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Como pessoa o que você desejaria alcançar?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Materialmente, um emprego que possibilitasse meus livros, meus discos, um quartinho, sem cozinha. Agora, espiritualmente, filosoficamente, alguns grãozinhos de felicidade já bastariam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Então você não é feliz? O que é felicidade para você?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">– Também não sei o que é. Mas não tenho, já que ela está ligada a... Felicidade as pessoas colocam num patamar de bem-estar, aceitação, nada dessas coisas eu tenho. Você acha que um passarinho que canta numa gaiola com as asas batendo é feliz? (Penso que a mesma coisa sou eu) Ele quer ir embora dali.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Quais foram as maiores emoções que você já teve?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Não sei porquê, mas tenho a estranha sensação que a morte gosta de ficar sempre rodando perto de mim. Desde a minha infância, dos 9 aos 29, perdi avós, pai, tios, primos, mais estranhamente comecei a lidar com isso de uma forma, não “deprê”, criei uma relação de afeição com esses meus mortos, não que eu acredite em alma, além, nada disso... Mas de um tempo para cá, eu tenho me emocionado a pensar nessa gente e escrever para essa gente, como se eles estivessem no meu quarto, falando comigo como se nunca estivessem ido embora. Pode parecer esquisito, minhas grandes relações ultimamente, não é ter contato com os vivos, é ficar relembrando meus mortos. De certa maneira, a fazer com que eles voltem à vida junto comigo lá nas minhas noites, sozinho, no meu quartinho. Não me emociono com coisas materiais, com livros, estudo, dinheiro; emociono-me com isso, gosto de ver as pessoas sorrindo ou chorando demais, é quando estão em contato com elas mesmas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Então esses mortos são importantes para você?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">São, eles me dão a dimensão real da vida, quase todos morreram jovens ou doentes Isso me alerta, mostra que nada desse mundo real vale a pena, isso não quer dizer que as pessoas devam sair por aí matando, mas eles me dão a dimensão real da vida, e a dimensão real da vida é a morte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Linguagem, ponte ou abismo?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ponte, foi o meu livro que trouxe vocês aqui, foi o meu livro que me aproximou da professora Nádia, então é ponte para outras coisas. Vocês podem ficar desapontadas ou não, podem nunca sequer contar comigo nessa ponte, mas ao mesmo tempo podem buscar outras coisas. A pessoa pode levar o livro e não gostar de nada, mas ver o nome de Antoine de Saint-Exupèry e querer saber quem é o escritor mesmo que não goste da referida poesia que fiz para o autor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Você nos diz que ama e ao mesmo tempo afirma não acreditar em perenidades, ao passo que o título do seu primeiro livro é “Até que a eternidade nos uma”. O que é o amor e o eterno para você?</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Esse instante aqui, agora tem amor maior? Não tem, há uma confusão muito louco entre o amor e a afeição. Sentimos afeição pelo filho, pela namorada, pelo neto, professor, mas amor está num instante maior, está perto da amizade, e a própria amizade é maior que o amor, é esse convívio aqui e agora. O eterno a que me refiro não sou eu. Mas as ideias ficam, as ideias perpassam, de certa forma todo mundo quer ser eterno – um analfabeto tem filhos, eu escrevo livros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline –<i> Você faz citação a outros escritores em seu livro. Qual o motivo dessas escolhas?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">São pessoas que me tocaram em determinado momento, pessoas que me acompanharam, sempre estão lá.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Quando se escreve um poema?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Quando se escreve um poema... Eu não acredito em inspiração de um deus, um anjo que sopre no ouvido “vai Ediney, faz um versinho pra mim” (risos). É lutar com palavras, labutar todos os dias com meu papel e minha caneta. É estar “juntando” palavras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>De tantas possibilidades na Arte em meio a outras possibilidades de expressão, por que a Poesia?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Bom, tem o trabalho com música. Quem conhece e ouve, diz que não presta (risos). Então o que acontece? O que acontece com música é o que eu faço com poesia, não me preocupo em fazer coisas que me agradem aos ouvidos e aos olhos, escrevo minhas histórias... Penso que a Literatura é a Arte sublime, nenhuma outra forma de expressão é tão sublime quanto a Literatura. A Literatura é o máster de todas as Artes, onde tudo começa, onde tudo termina.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Mas podia ser Prosa. E por que Poesia?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Mas eu escrevo Prova, primeiro eu comecei com Poesia. Bom, só que...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Tudo bem, mas por que você escreve Poesia?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Porque Poesia é a melhor forma de se esconder, já que eu não preciso me expor na Poesia. Na Prosa eu tenho que estar mais presente na vida das pessoas (risos).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Do que você se esconde?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Me escondo de você, do dia, da noite. Porque não tenho verdade nenhuma, porque sou tímido, porque sou feio...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>O que é belo para você?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">(risos) é qualquer coisa, menos a minha pessoa. Gostaria de ir para o sertão, rolando no meio do mato, escrevendo de longe sem ninguém me olhar. Me escondo dessas coisas. Agora, falando sério, não sei o que é o belo, pelo lado filosófico da coisa, belo é o que agrada o espírito. E se agrada o espírito, não pode ser pintado, poetizado, nem escrito, demonstrado, melhorado, piorado. Existe simplesmente o belo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Gostaríamos de saber a razão pela qual você nega o lirismo de seus versos, nega o romantismo como uma possível influência.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Um dia um professor falou que eu estava atrasado trezentos anos e minhas poesias pareciam uma Poesia de um poeta romântico. Isso de certa forma me deixou traumatizado. É isso que faz meu ser rejeitado pelas pessoas que leem, eu tenho um teor romântico muito grande. Então não é que negue, é que isso me deixa triste, não poder me comunicar com outras pessoas pela coisa que mais gosto que é a Literatura (risos).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Aline – <i>Fale sobre sua música?<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ediney Santana – </span></b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Porque começou com música, e o que aconteceu é o que acontece com os versos, não é aquela coisa de as pessoas ouvirem e gostarem, é simplesmente música, música pela música, gosto de ver meus versos cantados. É simplesmente música, como os meus versos estão virando simplesmente versos.<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><br clear="all" style="mso-special-character: line-break; page-break-before: always;" /></span>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">UM OUTRO OLHAR<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">A linguagem literária do poeta Ediney Santana interroga o mundo sobre sua realidade, sob sua luz, ela assume a nostalgia, a náusea de existir, o ilogismo das relações naturais e humanas, ao mesmo tempo que não apresenta solução e, ao expressar a sensação de perda diante do desaparecimento de absolutismos, de verdades, expõe uma época, uma época que traz consigo uma nova direção para o ser, no sentido de negar toda uma realidade preexistente. Seus versos beiram da esperança (“a revolução é um estado permanente na natureza”) ao desespero (“sorri, com flores nos dentes cariados de inverdades, produção angelical do terror”).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">“Tudo está errado tudo é ímpar”, o poeta questiona os conceitos que lhe foram impostos, os fenômenos captados por seus sentidos e o drama da existência que explode e encontram um abismo onde acaba negando a natureza humana “estamos no vácuo, no nada”. O desaparecimento do divino sob o ponto de vista do ‘supremo’, do hierárquico tirou o sentido à vida e às coisas, mas como é necessário viver cria-se uma ‘moral’ da solidariedade humana (“é o olhar que em mim é todos nós”) e até a descoberta do social, essa descoberta da coletividade é dolorosa, notamos isso em “Pessoa X Jesus”:<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">“-Amai teu próximo como a ti mesmo”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 2.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">- Será que vale a pena mesmo quando a alma não é pequena?”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">“Profeta é consciência individual que percebe e traduz a consciência do povo” (autor desconhecido). Em sua poética o ponto de partida é a fragilidade humana numa perspectiva emotiva (uso da lírica), seu discurso se define entre a singularidade e a universidade, assumindo sua incompletude por conceber intervalos determinados pelo social, alude a outras realidades e outros textos (citação de escritores), é então processo de significação e seu tipo é um funcionamento discursivo que se cristaliza historicamente dada a dinâmica de produção artística.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">“A dimensão real da vida é a morte”, numa tangência existencialista, a morte converte-se em inutilidade, em absurdo da criança, mas não e apenas uma poética do desespero, surgida das circunstâncias de um mundo em decomposição, é uma poética que nasce do conflito, como vemos em “Sublime”.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">“Quando não nos percebemos parte desse sublime mundo<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Não pela força da morte, mas pelas desigualdades<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Impostas à porção de Deus em nós (vida)<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Ah! Uma explosão de angústia se apodera da alma,<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Nesse momento nascem revoluções<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">E as borboletas saem do casulo.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Todas as discussões nesse fazer poético são discussões do Homem em busca da Liberdade essencial para comunicar-se com o mundo e consigo mesmo, já que para o autor Ela é o próprio homem: “eu senhor no meu caminho/ tradução de mim mesmo”. A atividade poética é uma violência voluntária, do autor para o autor, suicídio absoluto do que até então era íntimo e obscuro. “A linguagem é uma condição da existência do homem... e é poesia em estado natural”, já dizia Octávio Paz. Linguagem, sempre ponte para esse poeta, ponte para a libertação, ponte para comunicar os desejos – “vontade de ver o mundo/ vontade de viver o mundo”, lâmina mordaz – “cada verso um suicídio”, ponte para o inominado – “a vida é só uma metáfora”, ponte para as denúncias e para o notar-se linguagem – “na caatinga vive um triste livro, o livro de ser real”, o poeta que é linguagem, “a Literatura é o máster de todas as Artes, onde tudo começa, onde tudo termina” – “meus versos, minha tradução”. E é assim que percebemos a grande sensibilidade humana que é o poeta e o homem Ediney Santana.<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><br clear="all" style="mso-special-character: line-break; page-break-before: always;" /></span>
<div class="MsoNormal">
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">CONCLUSÃO<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Depois dos estudos realizados e as conversas com o poeta Ediney Santana, podemos ratificar que a poesia é uma forma de expressão única, subjetiva, espiritual e intelectiva, pois explicar o fenômeno literário é uma tentativa débil, é notável que não se pode ter um conceito definitivo, ou mesmo quando se escreve uma poesia não existe padrão, cada escritor representa a sua arte de maneira peculiar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Segundo Ediney, não existe hora nem lugar para se escrever, bem como, assim ele acredita, não existe inspiração, ele simplesmente escreve.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 200%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 1.0cm;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 32px;">Desta maneira, a poesia enquanto criação, recriação de um objeto inicia-se com o poder cognitivo, inerente a cada ser humano e culmina com a capacidade de reflexão e os questionamentos do mundo e das coisas que cercam aquele que escreve.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
</div>
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; margin: 0px; orphans: auto; text-align: left; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
</div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-17125082107973563052015-01-06T07:22:00.001-08:002015-01-06T07:22:13.705-08:00Ediney Santana na Regional FM<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="https://www.youtube.com/embed/QF-uz0N2A-k" width="459"></iframe>Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-69243608612131885022014-06-22T18:50:00.000-07:002014-06-23T13:02:30.680-07:00George Prazeres entrevista Ediney Santana<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnxPZiFI-Isrr6vqzbQkNxiGzNLalgDJg1alGIlh0BcN7hjQNlmsoW8YHnaEqAZtpB1yuf7DvWHGpQD3HBjrqpI4zJsyhCR5BYBGW3uFUGPujWj51E7-mx86mFZzpETJtpocBtpmZ6F6r4/s1600/saubara+07+de+mar%25C3%25A7o+de+2014+%25281%2529.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnxPZiFI-Isrr6vqzbQkNxiGzNLalgDJg1alGIlh0BcN7hjQNlmsoW8YHnaEqAZtpB1yuf7DvWHGpQD3HBjrqpI4zJsyhCR5BYBGW3uFUGPujWj51E7-mx86mFZzpETJtpocBtpmZ6F6r4/s1600/saubara+07+de+mar%25C3%25A7o+de+2014+%25281%2529.JPG" height="317" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
GP- Como podemos entender a importância da literatura na sociedade
contemporânea?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- A literatura sempre teve importância em todas as gerações, não por
acaso em sociedades governadas por déspotas ou ditadores, escritores sempre
foram os alvos principais desses regimes. Literatura não é só entretenimento,
como acontece em outras artes, literatura é base para nossa formação, nos
tornar presentes no nosso próprio tempo histórico e nos traz uma dimensão mais
clara da própria história.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
GP-Até que ponto na sua visão a filosofia e literatura podem ajudar na
formação de uma sociedade mais humana? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Tornar-se humano, essa invenção filosófica, ou ilusão sociológica
adoçada pelo sentimento tão ilusório das religiões que a própria filosofia e
religião podem ser caminhos exclusivos para o bem me deixa cético em respeito a nossa presença na natureza como agentes pretensamente civilizatórios. A
literatura enquanto arte pode servir de afirmação parasitária para algum poder
como pode também ser contestadora desse mesmo poder. No entanto meu ceticismo
não me deixa caduco velando a tristeza do mundo, creio que essa mesma filosofia
pode aqui em nosso país nos revelar neste presente momento aquele “ergue-se
gigante” que tanto esperamos, a literatura nos torna mais capazes, nos revela
de maneira lúdica o que às vezes somos e não enxergamos ou que tememos descobrir que somos, por trás
disso tudo vivo a esperar esse encontro entre o ser animal e essa inventada
humanidade que acreditamos ser o nosso melhor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
GP- Artur Rimbaud dizia: “A Moral é a debilidade do cérebro” o anti-otimismo
da filosofia realista e literatura realista pode ser compreendida pelo
argumento de Rimbaud?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Não temos uma moral própria, toda moral é herdada, vem com os
costumes, quando nascemos geralmente nossos pais escolhem (por exemplo) nossa
religião, ao longo dos anos nossos gostos que achamos ser escolhas nossas
muitas vezes foram construídos socialmente, a ideia de que cada um tem seu
gosto e isso não se discute é equivocada, na universidade somos obrigados a seguir
linhas de pensamentos estabelecidas por convenções não assinadas por nós, neste
sentido Rimbaund diz a verdade, ele contesta a moral que somos obrigados a seguir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Diante da questão moral e da necessidade de renovar nossa visão sobre o
mundo muitas vezes estamos na encruzilhada entre a imoralidade e a amoral que são duas
coisas diferentes. Quanto ao anti-otimismo da filosofia e da literatura
realista penso que olhar o mundo de maneira mais sóbria e menos carnavalesca ou
romantizada nos permite entender melhor as teias intricadas das relações
humanas, esse pensamento, em minha opinião, realista não nos leva para uma
visão deprimida do mundo e sim para uma visão que nos releva nossas franquezas
éticas e de caráter, a imoralidade cotidiana apresentada de uma maneira que quase
não conseguimos contestá-la, muitas das vezes encontramos personagens terríveis
em algum romance e nos identificamos com ele e por que isso acontece? Porque de
alguma maneira nele encontramos traços da nossa própria personalidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Minhas crenças não são suficientes para que eu interprete o mundo, eu
sou eu o que acredito, mas também sou outra realidade para além de mim, que por
mais que eu negue, essa realidade existe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
GP-Prof. Ediney Santana em sua palestra na Jornada pedagógica 2014, na
cidade de Saubara, você falou sobre a “Pedagogia da Ignorância”, explique como
ela pode ser compreendida e combatida levando em consideração o sistema
educacional publico e privado no Brasil.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- A Pedagogia da ignorância nos leva crer que se pode tirar algum
proveito da debilidade intelectual, o conhecimento é tratado de maneira secundária,
às relações de amizades e poder passam a valer mais que o estudo e nossa
capacidade de conseguir algo pela força do conhecimento intelectual, mas vale
apertar a mão de um poderoso, servir-se das suas migalhas que entrar em uma biblioteca.
A escola neste sentido, a escola pública, é o alvo principal dessa Pedagogia da
Ignorância, toda estrutura cognitiva de ensino e aprendizado é abalada, pessoas
são ensinadas a pensar errado por pessoas que aprenderam errado e ensinam
errado, é triste constar, por exemplo, que um número gritante de estudantes das
universidades ao fim do curso não conseguem escrever um TCC e contratam alguém
para escrever, não sentem nenhum tipo de remorso por isso e ainda fazem festa de
formatura, festejam sem saber, creio, a diplomação da ignorância de cada um.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Fui aluno de escola pública, tenho deficiências graves, mas estou sempre
estudando tentando melhorar, não dou trégua para minha ignorância. O pior, no
entanto, da Pedagogia da Ignorância é o estabelecimento no poder de uma espécie
de políticos que não importa a que partidos pertençam sempre vão vigorar no
poder, trocam nomes e siglas, mas a Pedagogia da Ignorância vai sempre reservar
o poder para eles. Tudo isso explica porque o Brasil tem um dos piores sistema
de ensino do mundo, tudo isso não isenta a educação privada que geralmente
educa para a indiferença social, pragmática e fria. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
GP- Qual seu ponto de vista sobre literatura de Autoajuda e espírita?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- É literatura que serve para determinado público e que de alguma
maneira faz bem para esse público, o problema é quando se alimenta sempre de
uma mesma fonte, sem deixar espaço para outras visões de mundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
GP<i>-</i> Como você vê a literatura
religiosa e sua importância?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Eu gosto de muitos textos bíblicos, hindus, já li muito aqueles
livrinhos dos <em><span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt;">Hare
Krishna, li muito o </span></em><a href="https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&uact=8&ved=0CCUQFjAB&url=http%3A%2F%2Fimperatrizleopoldinahabsburgo.blogspot.com%2F2009%2F11%2Fbahagavad-gita.html&ei=blinU7WCGZPKsQSWxYHwDw&usg=AFQjCNHHuMDGdIyPI-29YFp8w-jmJiX2mw&sig2=Gi2NvWqAX6bVErvZW9fhgA&bvm=bv.69411363,d.cWc"><span style="color: windowtext; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; text-decoration: none; text-underline: none;">Bhagavad Gita</span></a><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-bidi-font-weight: bold;">, livros espíritas. Creio que sou um sujeito místico, todos esses livros
tem importância, todos tem algo de bom a nos dizer, para mim Deus não é autor
de livro algum, não é sectário de religião alguma, cada um pode exercer sua
religiosidade da maneira que se sentir em paz, mas isso não diminui a
importância desses livros que muita gente tem como sagrados, saber limitar
nossas crenças aos nossos corações nos impede de nos tornar intolerantes,
profanar com o ódio uma das bases de todas as religiões: o amor!</span><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
GP- No Brasil o processo de estabilidade profissional é muito difícil, pequenos
autores também enfrentam dificuldades em publicar e promover seus livros. Como
você enfrenta essas dificuldades?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Há algo muito perverso no Brasil, o sobrenome ainda é mais
importante, em muitos casos, do que a real importância de uma pessoa para
aquilo que se propõe a realizar, ainda há o pavoroso culto à personalidade, eu
já publiquei oito livros, mas como nunca apareci na TV ou algum famoso disse
que gosta da minha literatura para a maioria das pessoas sou insignificante
como escritor, porque se confunde a fama, o estrelato com a razão de ser da pessoa
ou a importância do seu trabalho, isso é outro fruto da Pedagogia da Ignorância,
isso é atrapalha, mas não desmotiva.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Promovo meus livros de maneira tranquila pela internet e em palestras
que faço, sem pressa, sou um escritor não uma celebridade da novela das oito,
mas no fim todo mundo encontra seu público.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
GP-Como você vê o evento da Bienal do livro no Brasil e o grande auge
das publicações de livros digitais?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Bienais são “festas” para editoras, lá elas promovem seus livros,
convidam escritores apenas como manequins de luxo para esquentar as vendas.
Livro digital é mais uma mídia importante, nos ajuda a circular pelo mundo
digital, vai conviver pacificamente com o livro de papel, a literatura vai além
do formato que é apresentada, o que vale no fim é a capacidade do autor de
tocar seu público seja em papel, áudio ou digitalmente. Um dos grandes desejos
que tenho é que meu romance Urbem Angeli seja adaptado para desenho animado e
filme. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
GP- Com qual ideia você pretende mudar o mundo? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- (risos) Quero mudar não, nem seria uma mudança boa, o mundo muda com
a soma dos desejos de todo mundo, quando todo mundo pode realmente desejar,
porque infelizmente estão desejando por nós, na maioria das vezes acreditamos
que o que estamos desejando é realmente algo que vem de nós, seria bom ter a
segurança de que tudo que sentimos, nos apaixonamos e desejamos representa
mesmo nossa vontade para e com o mundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
GP- Qual a sua razão de viver?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- A busca sempre e constante
da felicidade. Já vive em muitas estruturas de trabalho, já andei entre pessoas
bem pequeninas e pobres e entre gigantes e poderosos, já bebi cervejas quente
com os pobres como eu e fiz noitadas com gente tão gelada e seca quando uma
garrafa de uísque, já disse adeus a muitos amigos, amei e fui amado, odiei e
fui odiado, mas assim como um dia cantou <em><span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif;">Édith
Piaf: “não me</span></em><em><span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-style: normal;"> arrependo de nada”. Hoje passo</span></em><em><span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif;"> os dias calmos, gosto de encontros
calmos, ir a galerias de arte, </span></em><em><span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-style: normal;">cinema,</span></em><em><span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif;">
teatro</span></em><em><span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif; font-style: normal;">, ficar com minha família </span></em><em><span style="background: white; font-family: Arial, sans-serif;"> e nisso tudo
minha razão de viver é ser feliz e não fazer mal a ninguém.</span></em><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Ediney Santana foi entrevistado por George Prazeres, professor de
filosofia, articulista político e militante religioso. Professor George
Prazeres atua nas cidades de Salvador e Saubara-Bahia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Salvador 20 de junho de 2014.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-30457516381443252172014-06-21T17:11:00.001-07:002014-06-23T13:04:03.490-07:00Entrevista para estudantes portugueses <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-LivYFQm3rs1dEmKnhdUo1l3Sm_Ogdv1rLcNfH3f3Z-wUw4_14dDcxsmXLPG8cAMblt5Jf5srudesjY3nLRIsMfGjSzmL36dD-u41bkf6u2oCdaag86lfaoX8Cd3MAAksQw9_VnmbMqn2/s1600/edi.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-LivYFQm3rs1dEmKnhdUo1l3Sm_Ogdv1rLcNfH3f3Z-wUw4_14dDcxsmXLPG8cAMblt5Jf5srudesjY3nLRIsMfGjSzmL36dD-u41bkf6u2oCdaag86lfaoX8Cd3MAAksQw9_VnmbMqn2/s1600/edi.jpg" height="400" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Renata Madureira </td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<b>Entrevista concedida via e-mail para estudantes de Letras- Portugal:<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
L- Você já escreveu oito
livros, mas é pouco conhecido no Brasil, a que se deve essa sua ausência do
grande público?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Eu vivo e escrevo no
interior do nordeste brasileiro, longe dos grandes centros, não tenho redes de contatos,
redes de contatos com jornalistas e pessoas da mídia, ao menos aqui isso é
muito importante e pode decidir o futuro de alguém, seja nas artes ou até na
política, por outro lado escrevo em contradição com que se faz hoje no país, há
uma busca, na literatura contemporânea, em desvendar os “mistérios” das coisas,
minha literatura é mais áspera e objetiva, ainda há o fator político, minha
ruptura com o partido comunista e posição de crítica ao governo certamente
dificulta a divulgação da minha literatura.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
L- Ao falar da sua ruptura com
o partido comunista e que isso pode impedir a divulgação da sua literatura, você
acha que há censura no Brasil?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Oficialmente não, mas há a
censura ideológica e do medo, você posta algo na internet as pessoas olham, mas
não compartilham, não comentam, poucas pessoas no Brasil tem independência
intelectual, o governo e sua militância não aceitam críticas, sem falar na cooptação
de artistas, o governo é um grande produtor artístico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
L- Em seu ultimo livro e
primeiro romance você cria uma negativa sociedade, podemos dizer que é uma
visão pessimista das relações humanas e política? Você acredita que perdemos a
capacidade realizarmos coisas boas através da política?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju1nUY0Tn-zMYWDIYZH5L5mD9eTAIaKJi22qU2eKswBhWpXAtA70vFrN5Hdb3XE0VdvN4NQtTMvAySiO-s4Z4mOAva4gpCwMAC4pSBKxRmK35GbdEYtm4wWBczLQ_jxVkPZ1ddFRvfeQTk/s1600/ededed.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju1nUY0Tn-zMYWDIYZH5L5mD9eTAIaKJi22qU2eKswBhWpXAtA70vFrN5Hdb3XE0VdvN4NQtTMvAySiO-s4Z4mOAva4gpCwMAC4pSBKxRmK35GbdEYtm4wWBczLQ_jxVkPZ1ddFRvfeQTk/s1600/ededed.jpg" height="320" width="224" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Urbem Angeli é um romance
seco, é como sinto essa atual sociedade, promíscua e permissiva com os crimes
políticos, o Brasil não vive um bom momento, estamos sitiados em guetos, ora
religiosos, ora de “gêneros” e até étnicos que fingidamente dizem lutar por
direitos civis, mas por trás de cada suposta boa intenção salvadora há a velha
busca pelo poder político e pela afirmação desse poder, enquanto no dia dia o
povo vive em completo abandono, não nego que há pessoas sinceras e que desejam
um país melhor, mas esses são a minoria, ilhadas também em seus guetos de
impotência, o Brasil de hoje é egoísta e hipócrita, direita e esquerda se
confundem no mar de lama que inventaram para eles mesmos. Perder a fé, mesmo
assim, completamente na política seria o pior dos caminhos, ainda tenho algo de
crenças, é preciso mantenho a esperança, como aquela que em Urbem Angeli posou
em Joana.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
L- Você é autor de livros de
poemas, o que a poesia tem a nos dizer nos dias de hoje?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Há uma questão que sempre
digo: os cursos de letras e escolas fizeram um desserviço à poesia, muita gente
acredita que poesia é para cantar o “belo” e tão somente esse “belo”,
eternizaram a ideia do poeta mártir e o pior, que “poeta bom e poeta morto”, necrofagia literária.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
A poesia é a arte por
excelência de todas as contradições da vida, há poesia no que julgamos bonito
tanto quando no que dissemos ser feio, a poesia tem a nos dizer que estamos
sentados sobre o lixo do mundo, mas que sobre nossas cabeças o céu continua
azul, há caminhos entre palavras e sentimentos.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Editoras grandes e com poder
de divulgação não editam poetas contemporâneos, por isso penso que o governo
deveria colocar no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) autores não só poetas, no programa de provas, isso em
pouco tempo renovaria a literatura nacional e daria animo para os autores
publicarem seus livros e editoras editaram também esses novos autores.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
L- O Brasil tem fama de país
que se lê pouco, é verdade?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Em algum lugar no passado
isso era verdade, mas agora isso perde força, claro, ainda não estamos em
um bom nível de leitura, mas estamos avançando, já somos um dos países no mundo
que mais edita livros, se editamos lemos também. Grandes editoras
multinacionais estão aqui, editoras como o Clube de Autores, que edito meus
livros, tem um número enorme de autores, logo logo seremos um dos países que
mais se ler no mundo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
L- Otimista (risos)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Não se esqueça, este é um
país de contradições gigantescas, continentais, você pode mudar de lado em uma
rua e sair do terceiro mundo para o primeiro, ir da Urbem Angeli a Paulo
Coelho, nossa essência não é a linha reta, como escreveu Fernando Pessoa, nós
andamos sempre na linha torta, Deus aqui mais que em qualquer outro lugar
escreve certo por linhas tortas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
L- Você também escreveu
canções, teve bandas, como foi isso?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Eu nunca fui músico ou
cantor, no começo dos anos de 1990 tinha vontade de dizer coisas, mas nem
sonhava em lançar um livro, era algo distante, então meu pai me deu um violão (tenho
até hoje) e comecei a fazer umas músicas, mas tudo em função da palavra e não
da música em si, um dia juntamente com Preto Paulo (Marcos Paulo) criamos a Som
Marginal, depois Flor Marginal, ao encontrar o Marquinhos, tudo se encaminhou,
ele tinha a voz o talento para música e eu para escrever, encontrei outros
parceiros, outras pessoas que cantaram minhas músicas, mas tudo que fiz foi por
conta da literatura.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
L- Como você sente as relações
humanas? E como esse sentir reflete na sua literatura?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Já fui muito aberto, creio
que mais simpático em relação a outras pessoas, mas tenho (infelizmente) me
fechado, tenho sentido tanta falta de ternura e gentileza, o diálogo perdendo
para o grito, relações que nascem e morrem sem ter nada de bom para ser
lembrado, pessoas que julgam as outras tão somente porque elas são do nordeste
ou do sul, por uma foto. Tudo isso tem me retraído, pouco a pouco fui perdendo
alegria da convivência, gente me faz sentir medo, medo me machucarem, de perder
a fé na beleza que é conviver em grupo, às vezes penso que o elevador de
serviços é o melhor lugar do mundo, não se corre riscos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
A banalidade como a vida é
tratada é muito assustador, mas com o tempo se aprende a gostar do gênero humano
mais de que de pessoas, selecionar melhor quem desejamos perto do nosso
coração, amar e perdoar, porque sentir tudo isso não nos transforma em santos,
somos todos pecadores e bem pecadores, talvez e certamente alguém me olhe e
sinta tudo isso que acabei de dizer em relação também a mim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Minha literatura não é autobiográfica,
no entanto a maneira que vejo o mundo também se reflete nela, às vezes quando
escrevo poemas suaves e esperançosos sou eu dizendo para mim mesmo que devo
seguir em frente, ter esperança em mim mesmo, olhar a vida e sorrir para o
melhor que sou e tentar nunca machucar pessoa alguma, sou a minha parte, meu
sereno e alegria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
L- Agradecemos por sua
gentileza em nos atender, foi bastante proveitoso para nosso trabalho sobre
literatura brasileira, muito obrigado mesmo!!!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E- Eu que agradeço, muito
obrigado pela leitura dos meus livros, bom saber que tão longe sou lindo, paz e
alegria sincera sempre!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Ediney Santana escreve
regularmente nos seguintes blogs:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<a href="http://cartasmentirosas.blogspot.com/">http://cartasmentirosas.blogspot.com</a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<a href="http://edineysantana.zip.net/">http://edineysantana.zip.net</a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<a href="http://edineysantana2.blogspot.com/">http://edineysantana2.blogspot.com</a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<a href="http://livrosdeedineysantana.blogspot.com.br/">http://livrosdeedineysantana.blogspot.com.br/</a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Seus livros podem ser
adquiridos pelo site:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<a href="https://www.clubedeautores.com.br/">https://www.clubedeautores.com.br/</a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-89113924800017399552014-06-12T06:41:00.001-07:002014-06-12T06:41:57.994-07:00Ediney Santana entrevistado por alunos da Escola Cooperativa<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="//www.youtube.com/embed/EREjhElrRPw" width="459"></iframe>Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-91834854832314771342014-04-23T11:10:00.000-07:002014-04-23T11:13:05.883-07:00Entrevista <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkDU3yOO9zNSCcwCnYCnILKVJkN2uECGPppuCMeC9ecJOphaFp1jKQrrCoJu2TkxaII7o0TGRG_tAjTXy0Bh7pyftfPHdvElpas_QJ0ceiAVcGDqIZ8OoJsxU-2gzXYD9uZS6uPdRBFt8T/s1600/EU+E+LORENA.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkDU3yOO9zNSCcwCnYCnILKVJkN2uECGPppuCMeC9ecJOphaFp1jKQrrCoJu2TkxaII7o0TGRG_tAjTXy0Bh7pyftfPHdvElpas_QJ0ceiAVcGDqIZ8OoJsxU-2gzXYD9uZS6uPdRBFt8T/s1600/EU+E+LORENA.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal">
Entrevista concedida a estudante de jornalismo Lorena Soares
no dia 11 de março de 2013 para o jornal Revesso/ Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia/ UFRB*<o:p></o:p></div>
Lorena) - Ediney quando você
comeu a escrever?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
(Ediney) - Exatamente não
lembro quando me despertou o gosto pela literatura e escrita, mas certamente as
aulas de Comunicação e Expressão entre a 5ª e 8ª séries do primeiro grau
(chamavam assim as aulas de Língua Portuguesa) da professora Norma no colégio
Senador Pedro Lago foram decisivas pelo meu encantamento a palavra e escrita. A
professora Norma foi à pessoa mais importante na minha formação intelectual.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Lorena)- Como é sua relação com
a Língua Portuguesa, gramática e literatura?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Ediney)- Minha relação é mais
com a literatura que com a gramática, o meu encanto é com a semântica da
palavra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Lorena)- Quais são os poetas
portugueses, brasileiros que você mais se identifica?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Ediney)- São fases literárias,
houve um período que foi muito Augusto dos Anjos, um dos maiores poetas do
mundo, um cara que só publicou um livro e está aí até hoje. Outra fase foi
Castro Alves pela militância social, outros momentos Manuel Bandeira pela
doçura e leveza em falar das nossas misérias cotidianas, pessoais e ultimamente
muitos poetas contemporâneos, autores de blogs.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Lorena)- Como você entende
poesia e poema? Ha diferenças?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Ediney) - Poema seria a forma,
poesia o significado ou signo verbal, a semântica e imagens da palavra. Mas
podemos encontrar poesias em textos em prosa e não encontrar poesia alguma em
um livro de poemas, às vezes você ler um poema e é só um amontoado de palavras
sem signo poético algum. A poesia em si transcende a forma física do papel, vai
muito além...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Lorena)- No dia 14 de março é o
dia da poesia em homenagem a Castro Alves, o que você acha dessa homenagem?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Ediney)- Mais que justa, Castro
Alves foi poeta da intensidade verbal, militou com paixão e verdade na poesia,
em um período conturbado da nossa história, seus versos oscilavam entre o
lirismo e a militância social, uma voz poética muito forte, verdadeira. Por ele
ter nascido no dia 14 de março se fez essa homenagem fazendo desta data o dia
nacional da poesia, sua poesia é ainda muito simbólica, seus versos sociais
fazem eco nestes nossos dias, já que a escravidão mudou de forma, hoje se
escraviza de outras maneiras, a principal dela é negar a história, nosso tempo
é o tempo em que se fortalece a ideia da não memória, da não história,
cultiva-se apenas o moribundo presente que não dura 24h horas, ha a repetição
do que em verdade não existe porque é feito para o compartilhamento vazio de
emoções vazias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu particularmente gosto mais da
lira de Castro Alves, a poesia do “Espumas Flutuantes”, uma poesia sensível,
mas sua poesia social encontra em mim um
profundo admirador, ele foi um cara extremamente corajoso, jogou na cara das
elites escravocratas do seu tempo as mazelas e servidão de uma época triste e desesperadora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Lorena)- Qual a poesia que você
mais gosta do Castro Alves?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(Ediney)- Gosto muito de um poema
chamado “Adormecida”:<o:p></o:p></div>
<div style="background: #F8F8EF; line-height: 12.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="line-height: 12pt;">“</span><span style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Uma noite, eu me lembro... Ela dormia<span class="apple-converted-space"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Numa rede encostada molemente...</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Quase aberto o roupão... solto o cabelo</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">E o pé descalço do tapete rente.</span></div>
<o:p></o:p></span><br />
<div style="background: #F8F8EF; line-height: 12.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste</span><span class="apple-converted-space" style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Exalavam as silvas da campina...</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">E ao longe, num pedaço do horizonte,</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Via-se a noite plácida e divina.</span></div>
<o:p></o:p></span><br />
<div style="background: #F8F8EF; line-height: 12.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">De um jasmineiro os galhos encurvados,</span><span class="apple-converted-space" style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Indiscretos entravam pela sala,</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">E de leve oscilando ao tom das auras,</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Iam na face trêmulos — beijá-la.</span></div>
<o:p></o:p></span><br />
<div style="background: #F8F8EF; line-height: 12.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Era um quadro celeste!... A cada afago</span><span class="apple-converted-space" style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Mesmo em sonhos a moça estremecia...</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Quando ela serenava... a flor beijava-a...</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...</span></div>
<o:p></o:p></span><br />
<div style="background: #F8F8EF; line-height: 12.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Dir-se-ia que naquele doce instante</span><span class="apple-converted-space" style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Brincavam duas cândidas crianças...</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">A brisa, que agitava as folhas verdes,</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Fazia-lhe ondear as negras tranças!</span></div>
<o:p></o:p></span><br />
<div style="background: #F8F8EF; line-height: 12.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">E o ramo ora chegava ora afastava-se...</span><span class="apple-converted-space" style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Mas quando a via despeitada a meio,</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">P'ra não zangá-la... sacudia alegre</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Uma chuva de pétalas no seio...</span></div>
<o:p></o:p></span><br />
<div style="background: #F8F8EF; line-height: 12.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Eu, fitando esta cena, repetia</span><span class="apple-converted-space" style="color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">Naquela noite lânguida e sentida:</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></span></div>
<span style="color: #333333; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt;">
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">"Ó flor! — tu és a virgem das campinas!</span><span class="apple-converted-space" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;"> </span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 12pt;">"Virgem! — tu és a flor da minha vida!..."</span></div>
<o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Linda né? Acho bela, o olhar
sobre a mulher dormindo, ele se imaginando entre seus seios, criando imagens
sensuais e sedutoras, escreve sensações que aquela mulher provoca nele, tudo
apenas por causa de um roupão sutilmente aberto e ele se desmancha em prazer
kkk. O “Livro e a América” também é um
poema que me diz muito, para quem milita na educação o poeta fala em levar
livro para o povo e fazer o povo pensar:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 16pt;">“<span style="background: white;">Oh! Bendito o que semeia</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 16.0pt;"> </span></span></div>
<span style="font-size: 16.0pt;"></span><br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 16.0pt;"><span style="font-size: 16pt;"><span style="background: white;">Livros... livros à mão cheia...</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 16.0pt;"> </span></span></span></div>
<span style="font-size: 16.0pt;">
</span><span style="font-size: 16.0pt;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 16pt;"><span style="background: white;">E manda o povo pensar!</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 16.0pt;"> </span></span></div>
</span><span style="font-size: 16.0pt;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 16pt;"><span style="background: white;">O livro caindo n'alma</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 16.0pt;"> </span></span></div>
</span><span style="font-size: 16.0pt;"><div style="text-align: center;">
<span style="font-size: 16pt;"><span style="background: white;">É germe — que faz a palma,</span></span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #666666; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 16.0pt;"> </span></span></div>
</span><span style="font-size: 16.0pt;"><div style="text-align: center;">
<span style="background-color: white; font-size: 16pt;">É chuva — que faz o mar”.</span></div>
</span><br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="background: white;">(Lorena)-
Como você analisa a influência da internet na literatura e na vida das pessoas?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="background: white;">(Ediney)-
A internet é uma grande biblioteca áudio visual, o que percebo que se tem muita
informação, mas sem gerar conhecimento, para a literatura, acho que a internet
é responsável pela renovação radical da nossa letras, com os livros digitais e
blogs, ficou mais fácil e democrático editar livros e não se tem mais o peso
coorporativo das editoras dizendo o que se deve ou não ser editado ou lido . A
grande questão é como vamos sair de uma geração de informação para uma geração
de conhecimento, somos a geração da ressaca, sem paixões e feliz em nos
repetirmos, mesmo com todas as ferramentas que nos possibilitam uma tomada de consciência
mais profunda infelizmente apostamos na falsa civilização da ausência de ideais
no sentido radical da palavra, esse é o tempo do “tanto faz, sempre foi assim,
sou amigo de todos e todos são lindos”, tempo do tomar café enquanto rimos do
vizinho que foi decapitado. Tudo isso se reflete nas artes que às vezes é
patológica e demente como esse tempo de ressaca idealista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="background: white;">A
internet transformada em ferramenta apenas de pesquisa tem formado batalhões de
pessoas emburricadas, treinadas na arte de copiar e arrotar verdades caducas
para um mundo que pede posicionamento crítico e objetivo. Mas ao mesmo tempo
ela aponta caminhos, a internet enquanto território quase livre tem mais
sentido democrático que o Estado brasileiro ainda imerso em parasitaríssimo
politico e artificial incompetência admirativa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="background: white;">(Lorena)-
Muitas letras de música tem forte teor poético, como você analisa hoje esse
encontro entre música e poética?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="background: white;">(Ediney)-
A música se renova com muita rapidez, mas com pouca qualidade. A música é muito
banalizada, nestes nossos dias vejo muitas letras de músicas que são apenas </span><em><b><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">Onomatopeias </span></b></em><em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">bizarras,
desprovidas de sentido e talvez o único sentido seja fazer coro aos corações
vazios e suas poucas crenças no lúdico. Se vamos a uma festa e lá está tocando
essas bestialidades sonoras não vejo problema, mas quando isso passa a ser uma
verdade nas nossas vidas e só se consegue pensar neste pequeno espaço de sub-
criatividade, isso nos revela um sintoma pavoroso “cultural” de degeneração intelectual.<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">O riso e o ócio aqui foram tomados
de assalto por uma poderosa máquina política e cultural para alienar e manter
na ignorância corações incautos, tudo isso ainda tem uma vigorosa contribuição
de um sistema público de educação falido que só não desmorona de vez por causa
de alguns poucos e bons professores e professoras que não se intimidam diante
esse horror todo. A Bahia é uma grande produtora de porcarias sonoras, o que é
uma pena.<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">Mas se procurarmos com calma
sempre há coisas boas, bons artistas. Eu particularmente comecei a gostar
poesia primeiro pelas letras de músicas, antes dos livros, chegou até mim os
discos.<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">(Lorena)- Que musicais, que
artistas?<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">(Ediney)- Eu sempre gostei mais de
letras de músicas que das músicas. Então, por exemplo, quando era criança
gostava muito das músicas do Sérgio Reis, ele cantava letras suáveis, bucólicas
que me lembravam o sertão ou sou sertanejo e as canções do Sérgio pareciam
amigas, os primeiros discos de Amado Batista e suas canções de amor rasgado,
sempre gostei de canções com esse teor saudosista, na adolescência me encantei
com Edson Gomes e suas canções com forte teor social e político, antes de Marx
quem me disse algo sobre as relações de poder e nós mortais foi Edson Gomes, o
primeiro artista brasileiro que me influenciou, na adolescência eu queria ser
como ele e dizer aquelas coisas todas, depois veio o Legião Urbana, Renato
Russo me deu doses generosas de lirismo, letras bem construídas, muito
literárias, são artistas eternos pela qualidade do que fizeram, bons exemplos
de que se pode fazer sucesso sem ser medíocre. Belchior, Zé Ramalho, Ângela
Rôrô são pessoas presentes sempre na
minha vida e tantos outros.<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">(Lorena)- O que você acha de
Gregório de Mattos?<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">(Ediney) - Um dos grandes poetas
deste país, um cara extremamente talentoso, soube como viver plenamente todos
personagens da sua inquieta personalidade, seus conflitos religiosos, sua
poesia social – satírica que não poupou ninguém, a acidez poética em tratar os
poderosos e os fracos da época, uma alma complexa e um talento incrível. <o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">(Lorena) Como você sente a poesia
de Cecilia Meireles?<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">(Ediney)- Uma poesia intimista,
lúdica, delicada, voltada para questões mais introspectiva, a busca pelo
entendimento das emoções com o mundo opressor e geralmente excludente. Eu gosto
muito de um livro dela chamado “Cânticos”, é um livro muito místico que traz
uma poesia suave e quase religiosa, “ Cânticos” é uma delicada mensagem de esperança, uma
alternativa poética ao caos emocional que nos perdemos, caos que nos fez pouco a pouco devoramos o amor e o bem maior
que temos que é nossa própria condição humana.<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">(Lorena)- Relembrando a questão da
música, ha também o Vinicius de Morais...<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">(Ediney) - Ele foi um cara
diferente, multimídia, foi poeta, letrista, cantor, embaixador, foi demitido do
cargo de embaixador acusado de não ter um perfil para o cargo, recentemente
soube que foi simbolicamente readmitido pelo Itamaraty, foi um homem aberto e
profundamente ligado ao seu tempo, um carioca quase baiano, se encantou e
cantou o candomblé, um homem de muitos amores e cantou todos, biriteiro
assumido e um coração lírico apaixonado pela palavra, foi uma amente da palavra,
homem da noite e das mulheres como da palavra e da poesia.<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">(Lorena)- Muito obrigado pela
entrevista!<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;">(Ediney)- Obrigado você... Amemos
e nos embriaguemos como Vinicius de Moraes, sejamos quando necessário, céticos
como Augusto dos Anjos, suaves como Cecilia Meireles, corajosos como Gregório
de Mattos, irônicos como Manuel Bandeira e sobre tudo esperançosos como Castro
Alves.<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<em><span style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: Calibri, sans-serif; font-style: normal;"><o:p> </o:p></span></em><span style="text-align: left;"><span style="font-family: Calibri, sans-serif;">http://cartasmentirosas.blogspot.com.br/</span></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="text-align: left;"><span style="font-family: Calibri, sans-serif;"> http://edineysantana2.blogspot.com</span></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-34943487417040209562014-04-05T07:32:00.000-07:002014-04-05T07:32:02.333-07:00O canto que vem do sertão<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPhzGYTbB9fMQl755TcMHR-noEWlmh6FSQQ2ZCgcmOKgXhs1uPKe1mo9dKm5Kho1hDcO3X_19wN690eteK5lpRgGGU9FwX2SVfr3QMhhfzZufqjmfyP0JHYt6ttkU4X9meqKDwp8-VGrAL/s1600/capa_at%C3%A9_quando_a_eternidade_nos_una.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPhzGYTbB9fMQl755TcMHR-noEWlmh6FSQQ2ZCgcmOKgXhs1uPKe1mo9dKm5Kho1hDcO3X_19wN690eteK5lpRgGGU9FwX2SVfr3QMhhfzZufqjmfyP0JHYt6ttkU4X9meqKDwp8-VGrAL/s1600/capa_at%C3%A9_quando_a_eternidade_nos_una.jpg" height="400" width="281" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Morando em Santo Amaro desde os
primeiros anos de idade, Ediney Santana não perdeu os vínculos com sua terra de
origem, o sertão de Mundo Novo, no semi-árido baiano, com a eterna ameaça do
espectro das secas periódicas e seus desdobramentos sociais. Sensibilidade à
flor da pele, Ediney apresenta uma poesia visceral, que incomoda e encanta, que
assusta e seduz, o canto pungente do sertanejo, que sai das entranhas da terra
e sua aridez constante, mesclado com a visão cosmopolita do homem contemporâneo
e sua companheira permanente, a solidão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Os versos têm força e carga dramática,
mantendo sempre um teor poético vital, surpreendente. O sertão, que ele guarda
na memória, renovada com o reencontro constante com as origens, e o recôncavo
com sua proximidade com o mar, que lhe confere vocação universal, estão
presentes, como se uma ponte unisse umbilicalmente as duas regiões de
realidades tão disparas, indiferente às convenções do tempo e os limites
geográficos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Alheio a fronteiras geofísicas, a
solidão ponteia os versos de Ediney Santana. “Minha lira é árida/brota/nos
grotões sertanejos/Entre sóis e luas/sou comitiva solitária”, diz o poeta em
“Os Sertões”. EM outro poema, “Da terra para o coração”, manifesta o mesmo
sentimento de isolamento que acompanha o homem contemporâneo: “Observava as
folhas/caírem ao/ chão e a nudez das/árvores,/então pude perceber/o
discurso/silencioso da solidão”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Ao mesmo tempo e com a mesma densidade
dramática e poética, ele faz incursões pelos caminhos do lirismo e enfatiza, de
forma contundente, a poesia engajada, estandarte em defesa dos oprimidos, dos
excluídos. Solta o canto da liberdade, o canto de angústia diante das
desigualdades sociais, o canto de esperança nas mudanças e transformações, na
construção de um mundo mais justo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Poeta com trabalhos em jornais e em
coletâneas, aparece agora para o leitor de forma mais completa. A Universidade
Estadual de Feira de Santana, ao publicar a poesia de Ediney Santana, formado
em Licenciatura em Letras Vernáculas, no Campus Avançado de Santo Amaro, cumpre
o seu papel de estimular os novos talentos artísticos, com a consciência de sua
função enquanto instrumento de produção e divulgação do conhecimento científico
e, também, da promoção e socialização cultural.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Professora Anaci Bispo Paim<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Reitora da UEFS<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 15.333333015441895px;">Compre o livro aqui: </span></span><span style="line-height: 15.333333015441895px; text-align: left;"><span style="font-family: Times New Roman, serif; font-size: x-small;">https://www.clubedeautores.com.br/book/162816--Ate_que_a_eternidade_nos_una#.U0AT2PldVqU</span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 4.0cm;">
<br /></div>
</div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-76342053689382369682014-04-03T12:55:00.003-07:002014-04-03T12:59:22.025-07:00Mordaz é isso<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwEC8EmH8tTxnFW9iUg2YmU0m2I_dvGmwbgtp3I93D1OSIGqVwHGOBPoLdNTNZq1Eklbmzd8P35PXYwZafnXVrFACNS_ntkhRoBeZ5gjM4i-x2gI6VgA53hgpJF6oVlbPAmeEK5Ig2zQQa/s1600/ResenhaGustavimg1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwEC8EmH8tTxnFW9iUg2YmU0m2I_dvGmwbgtp3I93D1OSIGqVwHGOBPoLdNTNZq1Eklbmzd8P35PXYwZafnXVrFACNS_ntkhRoBeZ5gjM4i-x2gI6VgA53hgpJF6oVlbPAmeEK5Ig2zQQa/s1600/ResenhaGustavimg1.jpg" height="260" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ediney Santana</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<span style="background: white;">Pondero
quase sempre em minhas resenhas o fato do sujeito ter ou não alguma coragem
para escrever. Não que seja isso um pré-requisito. Mas, quando o assunto é
opinar sobre livros que gosto, prefiro acreditar que sim. Que boa parte se
resume a isso, além de todo o bla bla bla teórico sobre estilos e influências.</span><span class="apple-converted-space"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 11.5pt;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
O escritor <i>Ediney Santana</i> veio para confirmar minha
louca teoria. De que, sem vontade, sem algum tipo de sentimento genuíno, ou sem
coragem para por num papel o que de fato nos comove, publicar um livro se torna
arriscado. E se pode pagar um preço muito alto pela propensa ousadia. <span style="font-family: "Lucida Sans Unicode","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Vejamos: leio, agora com menos frequência, textos em que pessoas
defendem o status de maldito de seus objetos de resenha. É tudo muito simples:
se o artista optar por fazer prosa, ele deve pegar um ou dois personagens,
enfiá-los numa situação sujinha e pronto. Sendo poesia, ele deve escrever
textos que ninguém compreenda, recheados de palavrões ou, coisa mais arriscada
ainda, tentar fazer poesia com a simplicidade do <i>Bukowski</i>, como se
estivesse contando uma breve história de dor e dúvida. <span style="font-family: "Lucida Sans Unicode","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
O problema é que a dor e a dúvida muitas vezes não passam de recalques.
Ou daquele fingimento que tanto se conversa por aí. É preciso um pouco de caos,
amigos. E de alguma estrada tortuosa. <span style="font-family: "Lucida Sans Unicode","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Em seu <b><i>Evangelho do Mal </i></b>(compre aqui https://www.clubedeautores.com.br ), o rapaz que fez “do mundo um delírio errante”, nos
mostra que, se você escolheu essa escrita, ou se ela te escolheu, como acho que
foi o caso dele, tenha força o suficiente e se liberte dos grilhões – sei que
essa frase é de uma obviedade terrível - e de todo o receio que te cerca.
Arrisque, ainda que isso implique no total estranhamento de sua obra. Ou num
estranhamento parcial, de uma maioria canhestra que sonha em ser maldita no
playground do prédio – isso tudo enquanto o vigia cochila e os cães cercam suas
belas varandas. <span style="font-family: "Lucida Sans Unicode","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<i>Ediney</i>, que é
autor de outro belo livro de poemas, <b><i><span style="color: #000066;"><a href="http://www.overmundo.com.br/overblog/anfetaminas-e-arco-iris" target="_blank">Anfetaminas e Arco-Íris</a> </span>(compre aqui: </i></b><b><i>https://www.clubedeautores.com.br)</i></b><b><i> , </i></b>não
pede licença. E segue com sua dor, seus berros, seus devaneios mortais e
mordazes. Tem talento também para criar imagens líricas sem derrapar. Um
sujeito que, se não estiver me enganando - no que de melhor a palavra engano
abarca -, saca que esperança não é bem aquilo que nos mostra os especiais de
fim de ano da televisão. Muito menos a bondade sacal e emplastrada de velhas
senhoras em seus jantares beneficentes. </div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Claro que em suas 117 páginas ele não se resume somente a isso. Como de
hábito, o autor homenageia ídolos sem recorrer a técnicas batidas e cutuca o
engessamento pela fé (<i>Imagem e Semelhança</i>, página 33). Aborda temas de
cunho social, sem usar da lógica obtusa de quem supõe ser a literatura uma luta
de classes com algum estilo (<i>“Na campina branca / o sertanejo / ara a terra
como quem / prepara a própria cova... / Na fábrica triste o / operário aperta /
botões como quem / reconhece a si mesmo”</i> – <i>Iguais</i>, página
53); fala do amor, numa boa. Além de tirar um grande sarro com o satanismo (<i>Lam
od ohlegnave</i> <i>o</i>, página 54), se é que a intenção foi mesmo essa. <span style="font-family: "Lucida Sans Unicode","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Sua linguagem permanece com o mesmo vigor. Suas experiências com o nosso
idioma continuam a não serem meramente repetições de recursos literários:
possuem vida própria; suas metáforas se encaixam, abrem possibilidades (...<i>”Poetas
existem / para quebrar vidraças e fazer rir os palhaços” </i>– <i>Poetas,
poemas e poesia</i>, página 57). Ele tem a manha. Entende do riscado, só
precisando mesmo ter bastante cuidado com questões mais práticas, nem por isso
desimportantes, tais como revisão dos textos e no uso de termos estrangeiros. <span style="font-family: "Lucida Sans Unicode","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mas foi a dor que me pegou de jeito. Foi essa dor, que não tem nada a
ver com algo piegas e choroso, que me motivou a escrever isso aqui. Claro,
espero não estar limitando a visão de sua obra, já que, como ele mesmo diz, sua
intenção foi escrever sobre as “contradições da sua época”. <span style="font-family: "Lucida Sans Unicode","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Sabemos, eu e você, que poesia para ser boa não precisa ser dolorida.
Nem tão somente ser um mero encaixe de palavrinhas que rimem ou que tenham um
efeito sonoro qualquer. Ela pode ter leveza e nos erguer do chão. Pode ser
hilária e festiva, nem por isso menos genial e marcante, tal e qual uma puta
comemoração setentista que continua atravessando décadas, como certamente <i>Waly
Salomão</i> queria que fosse. Pode ser até mesmo um poema-piada. <span style="font-family: "Lucida Sans Unicode","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mas nunca deve ser tão somente uma piada. <span style="font-family: "Lucida Sans Unicode","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E <i>Ediney</i> pode parecer até exagerado em alguns momentos.
Só que, mesmo no seu exagero, nas suas metáforas corrosivas, bem como naquelas
em que o mundo do imaginado cabe de sobra, ele sabe o que faz. Ainda que um ou
outro texto te incomode, saiba que ali existe uma verdade. Que pode não ser a sua,
nem a minha. Mas que é uma verdade bruta, exposta da melhor forma possível, por
um sujeito que sentiu o que escreveu. <span style="font-family: "Lucida Sans Unicode","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p> Texto de Autoria de :</o:p><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Tahoma, sans-serif; font-size: 23px;">Gustavo Rios</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #333333; font-family: Tahoma, sans-serif;"><span style="background-color: white;">Fonte:</span><span style="font-size: xx-small;">http://www.verbo21.com.br/v1/index.php?option=com_content&view=article&id=290:mordaz-sso-gustavo-rios&catid=126:resenhas-e-ensaios-fevereiro2009&Itemid=129</span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #333333; font-family: Tahoma, sans-serif;">Compre livros de Ediney Santana aqui: </span><span style="color: #333333; font-family: Tahoma, sans-serif;">https://www.clubedeautores.com.br/</span></div>
</div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5137044426104938421.post-62238269686880194232014-03-21T13:46:00.001-07:002014-03-21T13:46:57.097-07:00Urbem Angeli <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj60cQ2GPwp2Tdou2grnvu56ifVn2l9SFz4dBy3_mndibcj_QtVN9QkyeoJF9cFTiDUDiS_IYosKNKF8AXE7pF7Vv6pzvjanOfXo6Okj_zCO7CtvvBrxgFoNGGU9s5f5Sb_8eTLRKoWcNCr/s1600/eu.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj60cQ2GPwp2Tdou2grnvu56ifVn2l9SFz4dBy3_mndibcj_QtVN9QkyeoJF9cFTiDUDiS_IYosKNKF8AXE7pF7Vv6pzvjanOfXo6Okj_zCO7CtvvBrxgFoNGGU9s5f5Sb_8eTLRKoWcNCr/s1600/eu.jpg" height="345" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Dalmir Castro</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
Non je ne regrette rien: Ediney Santanahttp://www.blogger.com/profile/16112143274549906020noreply@blogger.com0