Fale um pouco da
sua vida, onde nasceu, etc. Lembre-se que o leitor na internet gosta de
concisão. Ser conciso é fundamental.
R- Nasci em Mundo Novo, fica na Chapada
Dimantina-BA. Mundo Novo é uma pequena cidade erguida em um vale incrivelmente
verde, falo incrivelmente verde, porque no semiárido nordestino predomina
paisagens secas, caatinga, mas passei a vida toda nas margens da Baía de Todos
os Santos, em Santo Amaro, mítica cidade baiana. Mudei aos 40 anos para
Brasília, nunca tinha ido tão longe de casa, mesmo vivendo perto de Salvador
sou um coração do interior. Brasília é uma cidade que predominantemente
corações se afirmam pelo ter, a vida toda me afirmei pelo ser, mas ter e ser
quando em conflito o ser vai sempre levar a pior. Sou formado em Letras
Vernáculas, especialista em produção textual, no entanto o magistério hoje é
pesar e cansaço.
Agora um breve
currículo literário?
R-Meu primeiro livro
foi publicado em 2002 pela Universidade Estadual de Feira de Santana, desde
então publiquei dez livros , sendo que
um romance , a biografia de minha mãe, um livro sobre política e uma fábula
infantil. Os outros foram de poesias.
Você acha que o
Brasil respeita o escritor?
R- Não sei em outros países, não conheço outros
lugares, só a Bahia e Brasília, mas o que posso dizer é que no Brasil se
reconhece a fama e não necessariamente o que se é. Compra-se produtos
abençoados pelo capitalismo, até mesmo bravos lutadores contra o capitalismo só
valorizam o que tiver gerando lucro, o que for vitrine, sendo assim, não tenho
valor algum para uma sociedade capitalista, não é o conteúdo do que escrevo que
entra na questão, o que importa é se tenho algum sucesso, se as luzes estão
sobre mim, em caso de sucesso vão querer tirar uma foto ao meu lado, vão pedir
autógrafo, mesmo que nem leiam nada, mesmo que publique livros de páginas em
branco. Simples assim...Sucesso independe de talento, por muitos motivos alguém
é escolhido e de repende vira referência de uma geração, claro, os que são apenas fama com o tempo
desaparecem, mas muita gente que tinha algo de relevante também desapareceu por
aí na poeira do tempo.
Dê ideias de como a
sua literatura e a nacional poderiam ser mais valorizadas?
R- O ministério da educação e cultura não precisaria
gastar muito para se realizar uma grande revolução nas letras. Penso que no
ENEM e vestibular, por exemplo, deveria-se usar fartamente textos de escritores
vivos, contemporâneos , autores de todos os estados, de todas vertentes.
Poderia cria-se uma comissão (com pessoas de todos os estados, essas pessoas só
participariam de um processo, a cada novo processo de escolha novas pessoas
participariam da comissão) para selecionar novos autores, muitos em cada edição
dessas provas. Isso também valeria para concursos públicos, todas as provas de
concursos do governo federal deveriam trazer esses autores. Seria tudo em
rodízio para não se criar as infames panelinhas. Nos livros didáticos também a
mesma coisa, ao lado de escritores consagrados novos autores, a cada ano seriam
renovados os nomes e de tempos em tempos se repetiram os nomes que conseguiram
de alguma maneira se firmarem na cena literária, mas não tenho ilusões, ainda
não atingimos um grau de civilidade desejado no qual um autor que , por
exemplo, fosse voz antagonista ao governo tivesse sem problemas sua obra
escolhida em um processo desses...Seria um começo, deve-se começar de alguma
maneira.Professores e professoras também podem começar o processo de divulgação
de novos autores, o governo pode reduzir por uns dez anos os impostos do livro
impresso, cobrar menos impostos de pequenas editoras.
Quais os livros que
já publicou e se existem livros no forno, prontos para sair?
R- Foram os
seguintes: Até que a eternidade nos uma , O evangelho do mal , Os deuses não
são socialista, Uma canção para Renata Maria,
Dias delicados, Rua 5, Anfetaminas e arco-íris, Urbem Angeli, Serenidade
das Orquídeas, Biografia de Zelina Santana e mais duas obras em parceria com
dois escritores da Bahia, Jorge Boris e Herculano Neto, respectivamente , Sob
Prescrição e Mais uma dose. Não sei se vou editar mais livros, aos quase 42
anos de idade meu ânimo já não é o mesmo, o pão precede poesia.
Você na Internet?
Página do Facebook
– https://www.facebook.com/ediney.santana
Instagram – não
tenho
Twitter – não tenho
You Tube – https://www.youtube.com/channel/UCvEe8m2t-bAgOXIcSrFDO2Q
Site – http://poesiaeguerra.blogspot.com.br/
Whats App – não
tenho
Alguma coisa ficou
pendente que gostaria de falar?
R-fico grato pela lembrança, que seja-nos leve o caminhar por este nosso
Brasil...Paz luz e chá de cidreira .
Adquira os Trabalhos
do autor entrando em contato com ele nos endereços da internet.
Anand Rao
Editor do Cultura Alternativa