terça-feira, 19 de abril de 2016

A Menina e o Poeta

Este livro foi escrito em homenagem a todas as crianças do povoado da Barra de Mundo Novo-BA. Que todas as crianças de Mundo Novo, de todos outros povoados e distritos da cidade sintam-se homenageadas por esta história que se passa na Barra.
Pelas ladeiras, ruas e casinhas simples um grupo de crianças incentivadas por uma professora muito especial resolvem transformar o pequeno povoado no lugar do país em que mais se ler poesia. Vão viver uma incrível aventura pela literatura e encontrar um inimigo muito poderoso, mas não vão desistir de fazerem do lugar em que vivem, um lugar único, um pequeno Mundo Novo.  
Nasci em Mundo Novo, vivi meu primeiro ano de idade na Barra, crescei longe, me tornei escritor, este livrinho é a maneira encontrada de desejar que todas as crianças sejam felizes, através da educação possam viver em um mundo possível de amor, oportunidades e realizações pessoais e coletivas.
Ediney Santana
Brasília, 04/04/2016 







terça-feira, 15 de março de 2016

Entrevista para o Cultura Alternativa

Fale um pouco da sua vida, onde nasceu, etc. Lembre-se que o leitor na internet gosta de concisão. Ser conciso é fundamental.

R- Nasci em Mundo Novo, fica na Chapada Dimantina-BA. Mundo Novo é uma pequena cidade erguida em um vale incrivelmente verde, falo incrivelmente verde, porque no semiárido nordestino predomina paisagens secas, caatinga, mas passei a vida toda nas margens da Baía de Todos os Santos, em Santo Amaro, mítica cidade baiana. Mudei aos 40 anos para Brasília, nunca tinha ido tão longe de casa, mesmo vivendo perto de Salvador sou um coração do interior. Brasília é uma cidade que predominantemente corações se afirmam pelo ter, a vida toda me afirmei pelo ser, mas ter e ser quando em conflito o ser vai sempre levar a pior. Sou formado em Letras Vernáculas, especialista em produção textual, no entanto o magistério hoje é pesar e cansaço.


Agora um breve currículo literário?

R-Meu primeiro livro foi publicado em 2002 pela Universidade Estadual de Feira de Santana, desde então publiquei dez  livros , sendo que um romance , a biografia de minha mãe, um livro sobre política e uma fábula infantil. Os outros foram de poesias.



Você acha que o Brasil respeita o escritor?


R- Não sei em outros países, não conheço outros lugares, só a Bahia e Brasília, mas o que posso dizer é que no Brasil se reconhece a fama e não necessariamente o que se é. Compra-se produtos abençoados pelo capitalismo, até mesmo bravos lutadores contra o capitalismo só valorizam o que tiver gerando lucro, o que for vitrine, sendo assim, não tenho valor algum para uma sociedade capitalista, não é o conteúdo do que escrevo que entra na questão, o que importa é se tenho algum sucesso, se as luzes estão sobre mim, em caso de sucesso vão querer tirar uma foto ao meu lado, vão pedir autógrafo, mesmo que nem leiam nada, mesmo que publique livros de páginas em branco. Simples assim...Sucesso independe de talento, por muitos motivos alguém é escolhido e de repende vira referência de uma geração, claro,  os que são apenas fama com o tempo desaparecem, mas muita gente que tinha algo de relevante também desapareceu por aí na poeira do tempo.


Dê ideias de como a sua literatura e a nacional poderiam ser mais valorizadas?

R- O ministério da educação e cultura não precisaria gastar muito para se realizar uma grande revolução nas letras. Penso que no ENEM e vestibular, por exemplo, deveria-se usar fartamente textos de escritores vivos, contemporâneos , autores de todos os estados, de todas vertentes. Poderia cria-se uma comissão (com pessoas de todos os estados, essas pessoas só participariam de um processo, a cada novo processo de escolha novas pessoas participariam da comissão) para selecionar novos autores, muitos em cada edição dessas provas. Isso também valeria para concursos públicos, todas as provas de concursos do governo federal deveriam trazer esses autores. Seria tudo em rodízio para não se criar as infames panelinhas. Nos livros didáticos também a mesma coisa, ao lado de escritores consagrados novos autores, a cada ano seriam renovados os nomes e de tempos em tempos se repetiram os nomes que conseguiram de alguma maneira se firmarem na cena literária, mas não tenho ilusões, ainda não atingimos um grau de civilidade desejado no qual um autor que , por exemplo, fosse voz antagonista ao governo tivesse sem problemas sua obra escolhida em um processo desses...Seria um começo, deve-se começar de alguma maneira.Professores e professoras também podem começar o processo de divulgação de novos autores, o governo pode reduzir por uns dez anos os impostos do livro impresso, cobrar menos impostos de pequenas editoras.




Quais os livros que já publicou e se existem livros no forno, prontos para sair?
R- Foram os seguintes: Até que a eternidade nos uma , O evangelho do mal , Os deuses não são socialista, Uma canção para Renata Maria,  Dias delicados, Rua 5, Anfetaminas e arco-íris, Urbem Angeli, Serenidade das Orquídeas, Biografia de Zelina Santana e mais duas obras em parceria com dois escritores da Bahia, Jorge Boris e Herculano Neto, respectivamente , Sob Prescrição e Mais uma dose. Não sei se vou editar mais livros, aos quase 42 anos de idade meu ânimo já não é o mesmo, o pão precede  poesia.



Você na Internet?
Página do Facebook – https://www.facebook.com/ediney.santana
Instagram – não tenho
Twitter – não tenho
You Tube – https://www.youtube.com/channel/UCvEe8m2t-bAgOXIcSrFDO2Q
Site – http://poesiaeguerra.blogspot.com.br/
Whats App – não tenho

Alguma coisa ficou pendente que gostaria de falar?

R-fico grato pela lembrança, que seja-nos leve o caminhar por este nosso Brasil...Paz luz e chá de cidreira .


Adquira os Trabalhos do autor entrando em contato com ele nos endereços da internet.

Anand Rao

Editor do Cultura Alternativa

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Poesia e Punhal

Livros de poemas de Ediney Santana
Pequenos poemas para certas angústias cotidianas. A verdade é que não consigo ficar indiferente a esse lixo político que tomou conta do nosso país, é preciso atacá-lo, mesmo que seja de uma maneira simples e utópica como através de poemas escritos em apenas um mês no meu apartamento na Rua 5 em Brasília.
Os organismos criminosos que sitiaram a política brasileira tem levado a morte milhares de pessoas, seja pela violência urbana e rural, pelo empobrecimento intelectual forjado na degradação do sistema público de ensino ou pela destruição do sistema público de saúde. A morte precoce tem sido o horizonte para milhares de brasileiros reféns de um Estado predador e assassino.
Não é possível ser livre e ser filiado a qualquer partido ao mesmo tempo, não se combate estruturas podres fazendo parte delas. Proliferam no país movimentos sociais e artísticos chamados “chapa branca”, ou seja, os que são controlados ou emprestam suas vozes aos sistemas políticos parasitas. Sei que declarar-se publicamente contra toda essa estrutura é praticamente morrer para qualquer ação ou movimento cultural, mesmo que seja uma feira literária em uma escola, mas e daí? Nenhum sistema político é inquestionável ou isento de falhas, nenhuma visão de mundo seja esquerda ou direita é modelo perfeito de ação política. Democracia é o direito de duvidar, questionar, apontar contradições e quem nega isso afirma sua condição déspota e descrença em um mundo no qual mais que direita ou esquerda tenhamos a liberdade intelectual de escolher nossos caminhos, nossas crenças ou negação delas, viver em democracia não é servir-se do país, é servir ao país.
Você tem o direito de discordar das minhas posições, mas não tem direito de querer calar minha voz e impor a sua. Não sou de direita ou esquerda, nada disso me comove ou me toca, mas você tem o direito de empunhar a bandeira que bem desejar, só não esqueça: sua bandeira não é a única, não universalize seus sonhos fomentando pesadelos em mim.
Para mim esquerda ou direita são partes dos mesmos organismos, todos em algum momento usam da estrutura do Estado para fortificarem suas próprias estruturas de poder. Política partidária no Brasil é sinônimo de morte e crime. Sei da importância da política, mas nada que temos no momento se parece com política, é lamentável que legendas políticas aqui sejam searas de mercadores da barbaria, do medo e da desolação social.
Rua 5 é o único livro de poemas meu no qual todas as poesias foram escritas pensando nas relações do poder político e a sociedade, não é um livro de negação política, é um livro de negação dessa política déspota e fascista que cotidianamente nos leva ao inferno de viver em um país que tem tudo para neste exato momento ser grande e maravilhoso, mas é mantido artificialmente na mesquinharia social.
Rua 5 é um livro de poemas, não um tratado sociológico ou coisa parecida, como poemas é arte, não tem resposta alguma para questão alguma. Há provocações, acidez poética e meu desejo de viver em lugar digno da sua grandeza enquanto terra, mar e céu.
Ediney Santana

Brasília, 28 de dezembro de 2015